Proposito Deste Trabalho
O Presente
estudo visa os estudantes de teologia bíblica e, também irmãos que desejam ter
uma compreensão mais profunda dos “Textos Sagrados”. Existe um número considerável de
pessoas, que sentem dificuldade em interpretar o texto bíblico. Por causa dessa
demanda, venho por meio deste, explicar as — Regras
básicas de interpretação bíblica. Espero
que seja bem proveitoso e compreensível aos leitores desse estudo.
Esse trabalho
nasceu há alguns anos, quando me deparei com algumas dificuldades dentro da
própria Igreja. Dificuldade esta, que tem levado a deterioração da
interpretação bíblica.
Quando me
refiro a Igreja, não me refiro somente à denominação aonde congrego mais outras
que tenho passado. Muitas das vezes nossos obreiros, não são tão preparados
quanto deveria. Paulo nos recomenda em 2 Tm 2.15 que sejamos pessoas “que
maneja bem a Palavra da Verdade”, mas a realidade que eles estão
enfrentando, torna-os menos preparados. Existem obreiros que não tem recurso
para pagar um curso de teologia, e não devemos fechar os olhos para isso.
Em suma, tem
pessoa que sentem dificuldade em: ler, escrever, entender, pesquisar e, uma
série de outras coisas que tem os levado a acreditar que não são capazes de
alcançar algo maior em seu ministério.
Também, existem
aqueles que não têm nenhum problema quanto a esta listagem acima. São amigos
que, dizem; “O Espírito Santo vai me revelar tudo, não preciso me preparar
em estudar...”. Será mesmo
verdade...! Tenho minhas dúvidas.
É por isso que
esse projeto vem ajudar, todos aqueles que não têm recurso para pagar um curso
de teologia por ser um valor alto. Mas eles têm como nos ajudar em nosso
projeto, abençoando e sendo abençoado.
Introdução á Hermenêutica
A Hermenêutica
é uma ciência que todo pregador e ensinador da Bíblia deva conhecer. Os estudos
dentro da área teológica, sistemática, dogmática, prática, contemporânea,
incluem também o estudo da teologia exegética, que trata da reta interpretação
das Sagradas Escrituras para o sentido que o autor quis atribuir ao texto
sagrado.
A hermenêutica se define como a Arte de interpretar e explicar textos.
A palavra hermenêutica (ερμηνευτική) vem do verbo grego hermeneuein (ερμηνευειν) e significa
interpretar ou traduzir (usado quatro vezes no Novo testamento sempre com a
ideia de “tradução” João 1.38,42; João 9.7 e hebreus 7.2 para a forma verbal; e
1Co. 12,10; 14.26 para a forma nominal), Platão usou a palavra como forma de
“explicar”. Se crermos que cada palavra em hebraico e também em grego fora Inspirada por Deus nos manuscritos originais,
então é importante a correta interpretação dessas palavras.
Aprofunde-se mais um pouco!
No Antigo Testamento acham-se termos correspondentes ao grego hermeneuein; entre eles: tirgen(תֻרְגָּ֥ם) cujo
significado é
“interpretar ou
traduzir” (Ed 4.7),( pesher, p
̂eshar, פשר traduzido por “solução ou interpretação geral”), e o vocábulo hawâ, isto é, “
interpretar, informar, contar”.
O hermeneuta segundo o étimo é um interprete ou
tradutor de qualquer porção literária, quer sacra, quer profana. Mas no
nosso caso é a Bíblia Sagrada!
O termo grego hermeios referia-se,
originalmente ao sacerdote do oráculo de Delfos, que era responsável pela
interpretação dos desejos dos deuses aos seus consultores. Na cultura pagã, os
romanos possuíam uma espécie de “profeta da salvação”, que era um especialista
oficial encarregado da interpretação dos sinais celestes, como por exemplo, o
voo das aves, e os sacerdotes, adivinhos que estudavam as entranhas das vitimas
sacrificada e procuravam assim, presságios favoráveis ou contrários.
O étimo do
verbo hermeneuein (ερμηνευειν) e do substantivo hermeneia
(ερμηνεια), no entanto remetem para o deus mensageiro-alado Hermes, de cujo nome
as palavras aparentemente derivam, ou vice versa.
Hermes segundo
a mitologia greco-romana era filho de Zeus e de Maia, sendo o arauto o
mensageiro dos deuses. Era também considerado o deus da ciência, da
interpretação e eloquência. Nas escrituras neotestamentárias a cultura pagã
romana o chamava de Mercúrio (At 14.12). Porem no texto original grego aparece
o substantivo próprio Hermes ( Ερμης) em vez de
Mercúrio.
No texto de At
14.12, Hermes aparece com a oração explicativa, “porque era este o principal
portador da palavra” (ARA). Os gregos atribuíam a Hermes a descoberta
da linguagem e da escrita — as ferramentas que a compreensão humana utiliza
para chegar ao significado das coisas e para transmitir aos outros.
Hermes se
associa a função de transmutação — transformar tudo aquilo que ultrapassa a
compreensão humana em algo que essa inteligência consiga compreender. As várias
formas da palavra sugere o processo de trazer uma situação ou uma coisa da
ininteligibilidade à
compreensão.
Quando Felipe
(At 8.26-40) foi conduzido pelo Espirito Santo ao encontro do oficial etíope
pergunto-lhe: “Compreendes o que vens lendo?” (ARA). Seu objetivo era
levar ao etíope a compreensão do texto, decodificar o incógnito significado ao
seu leitor. Sócrates afirma que os poetas são “eisin ho
hermeneus ton theo” ou seja “são os interprete de deus”.
A função de Felipe, sobre a ótica helênica, confunde-se a de um mensageiro
divino incumbido de ser portador de uma mensagem divina e torná-la
compreensível, tanto narrando quanto explicando.
Ao utilizar a
hermenêutica na interpretação da Bíblia, é preciso conhecer alguns problemas
que serão enfrentados. Isso ocorre porque ela se relaciona diretamente com
outras áreas do estudo Bíblico, entre esses estão: o cânon, a crítica textual e
histórica, a exegese, a teologia sistemática e Bíblica.
Também há alguns
problemas:
Cronológico: está relacionado ao fato da Bíblia ter sido escrita há muito tempo
atrás. O primeiro livro foi escrito aproximadamente há 3.400 anos e o último em
torno de 2.000 anos;
Geográfico: influencia pelo fato que a maioria dos leitores está longe demais de
onde os fatos ocorreram. Sem contar que quase tudo mudou ou tudo realmente
mudou.
Cultural: a maior parte da cultura mudou, além de ser muito diferente a forma de
pensar e agir hoje em dia;
Linguístico: como já se sabe, a Bíblia foi escrita nas línguas: hebraica, aramaica
(Ed 4.8; 6.18; 7.12-26; Jr 10.11; e Dn 2.4 – 7.28) e grega. Estas contêm muitos
detalhes importantes e ricos para um conhecimento mais detalhado em relação à
Bíblia. Entretanto,
foi por causa dessas línguas e das mudanças naturais, que surgiram os problemas
em relação às interpretações textuais, conforme consta nos melhores manuscritos
encontrados;
Literário: as diferenças contidas nos estilos de escritos utilizados nos tempos
bíblicos com os de hoje são enormes. Um bom exemplo é o fato do NT utilizar
muitas parábolas, enquanto que no AT utiliza muitos provérbios e salmos, entre
outros estilos.
O importante é
que o estudante da Bíblia saiba que para estudá-la é preciso ter bom senso,
paciência, disposição e dedicação ao analisar os textos.
Antes de
começar a estudar a hermenêutica e suas técnicas é preciso lembrar que o livro
a ser estudado é a Bíblia. Esta por sua vez é fruto da revelação de Deus ao
homem.
Primeira Regra
É preciso, o
quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum.
Como já
dissemos, os escritores das Sagradas Escrituras escreveram, naturalmente, com o
objetivo de se fazerem compreender. E, por conseguinte, deveriam valer-se de
palavras conhecidas e deveriam usá-las no sentido que geralmente tinham.
Averiguar e determinar qual seja este sentido usual e ordinário deve
constituir, portanto, o primeiro cuidado na interpretação ou correta
compreensão das Escrituras.
Exemplos: Em Gênesis 6:12, lemos: "Porque toda carne havia corrompido o seu
caminho sobre a terra" (versão revista e corrigida). Tomando aqui as
palavras carne e caminho em sentido literal, o texto perde o
significado por completo. Porém tomando em seu sentido comum, usando-se como
figuras, isto é, carne em sentido de pessoa e caminho no sentido de costumes, modo de proceder ou religião,
já não só tem significado, mas um significado terminante, dizendo-nos que toda
pessoa havia corrompido seus costumes.
"Qual é
a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a
casa e a procura diligentemente até encontrá-la?" Neste versículo,
tomado ao pé da letra, embora nos apresente uma pergunta interessante, estamos
longe de compreender a verdade que encerra. Porém, sabendo que contam uma
parábola, cujas partes principais e figuradas requerem interpretação e designam
realidades correspondentes às figuras, não vemos aqui já agora uma pergunta
interessante, mas uma mulher que representa a Cristo; um trabalho diligente que
representa um trabalho semelhante que Cristo está levando a cabo; e uma moeda
perdida representa o homem
perdido no pecado; tudo isto
expondo e ilustrando admiravelmente a mesma verdade que expressa Cristo sem
parábola, dizendo: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o
perdido" (Luc. 19:10).
Segunda Regra
É de todo
necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.
Na linguagem
bíblica, como em outra qualquer, existem palavras que variam muito em seu
significado, segundo o sentido da frase ou argumento em que ocorrem. Importa,
pois, averiguar e determinar sempre qual seja o pensamento especial que o
escritor se propõe expressar, e assim, tomando por guia este pensamento,
poder-se-á determinar o sentido positivo da palavra que apresenta dificuldade.
Exemplos: Fé: A palavra fé,
ordinariamente significa confiança; mas também tem outras acepções. Lemos de
Paulo, por exemplo: "Agora prega a fé que outrora procurava destruir"
(Gál. 1:23). Do conjunto desta frase vimos claramente que a fé, aqui, significa
crença, ou seja, a doutrina do
Evangelho.
"Mas
aquele que tem dúvidas, é condenado, se comer, porque o que faz não provem de
fé; e tudo o que não provam de fé é pecado" (Rom. 14:23). Pelo conjunto do
versículo, e tudo considerado, verificamos que a palavra aqui ocorre no sentido
de convicção; convicção do dever cristão para com os irmãos.
Salvação, Salvar: Estas
palavras são usadas freqüentemente no sentido de salvação do pecado com suas
conseqüências; têm, porém, outros significados. Lemos, por exemplo, que
"Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar, por
intermédio dele" (Atos 7:25). Guiados pelo conjunto do versículo,
compreendemos que aqui ocorre a palavra salvar no sentido de liberdade temporal
Terceira Regra
É necessário
tomar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que
precedem e seguem ao texto que se estuda.
Às vezes sucede
que não basta o conjunto de uma frase para determinar qual é o verdadeiro
significado de certas palavras. Portanto, e em tal caso, devemos começar mais
acima a leitura e continuá-la até mais abaixo, para levar em conta o que
precede a segue à expressão obscura e, procedendo assim, encontrar-se-á clareza
no contexto por diferentes circunstâncias.
Exemplos: No contexto achamos expressões, versículos ou exemplos que nos
esclarecem e definem o significado da palavra obscura. Ao dizer Paulo:
"quando lerdes, podeis compreender o meu discernimento no mistério de
Cristo" (Ef. 3:4), ficamos um tanto indecisos com respeito ao verdadeiro
significado da palavra mistério. Porém, pelos versículos anteriores e posteriores,
verificamos que a palavra mistério se aplica aqui à participação dos gentios
nos benefícios do Evangelho. Encontra-se a mesma palavra em sentido diferente
em outras passagens, sendo necessário, em cada caso, o contexto para determinar
o significado exato.
"Quando éramos
menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo" (Gál.
4:3, 9-11). Que são os rudimentos do mundo? O que vem depois da palavra nos
explica que são práticas de costumes judaicos.
Este vocábulo
também é usado noutro sentido, determinando o contexto sua correta interpretação
"O
salário do pecado é a morte", diz o apóstolo Paulo. O sentido profundo
desta expressão faz ressaltar de uma maneira viva a expressão oposta que a
segue: "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Rom.
6:23).
Quarta Regra
É preciso tomar
em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as
palavras ou expressões obscuras.
Lemos em 1 João
3:9: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado...
esse não pode viver pecando." Quererá o apóstolo aqui dizer que o cristão
é absolutamente incapaz de cometer uma falta? Não, porque o próprio objetivo de
sua carta é o de prevenir para que não pequem, com o que está admitida a
possibilidade de poder cair em falta. Como, pois, compreender que os nascidos
de Deus não podem pecar? Neste caso também nos apresenta luz a consideração
detida do desígnio da carta. Pelas Escrituras vemos que nos fins do século
apostólico existiam certos pretensos cristãos enganados que criam poder
praticar toda sorte de excessos carnais, sem respeitar lei alguma. Um dos
desígnios da carta é, evidentemente, prevenir os filhos de Deus contra esse mau
tipo de crenças. Diz João que, contrariamente a esses "filhos do
diabo" que por natureza cometem pecado, os "filhos de Deus" não
podem viver pecando. Cada um se ocupa nas obras do pai: os filhos de Deus se
ocupam em manifestar seu amor a Deus, guardando seus mandamentos (5:2); os
filhos do diabo se ocupam em imitar a seu pai, que está pecando desde o
princípio.
Uns praticam o
pecado, os outros não o praticam desde o momento em que nasceram de Deus.
Opondo-se a esses dissolutos filhos do diabo, que acreditavam poder pecar e
naturalmente com gosto pecavam, afirma João que os nascidos de Deus, pelo
contrário, tendo repugnância e ódio ao pecado, não podem pecar; significa, não podem praticar o pecado, ou
continuar pecando, como indica o texto original. Pela razão de haverem nascido
de Deus, e aspirando, como aspiram, à perfeição moral completa, é contra sua
nova natureza praticar o pecado: não podem continuar pecando; o que
supostamente não impede que sejam exortados a guardar-se do mal, desde o
momento que não estão fora da possibilidade de pecar.
Quinta Regra
É necessário
consultar as passagens
paralelas, "explicando cousas espirituais pelas espirituais" (1
Cor.
2:13).
Com passagens
paralelas entendemos aqui as que fazem referência uma à outra, que tenham entre
si alguma relação, ou tratem de um modo ou outro de um mesmo assunto.
Neste estudo
importante convém observar que há paralelos
de palavras, paralelos de idéias e paralelos de ensinos gerais.
Paralelos de
palavras
Exemplos: Em Gálatas 6:17, diz Paulo: "Trago no corpo as marcas de
Jesus." Que eram essas marcas? Nem o conjunto da frase, nem o contexto
no-lo explica. Iremos, pois, às passagens paralelas. Em 2 Cor. 4:10,
encontramos em primeiro lugar, que Paulo usa a expressão "levando sempre
no corpo o morrer de Jesus", falando da cruel perseguição que
continuamente Cristo padecia, o que nos indica que essas marcas se relacionam com a perseguição que
sofria. Porém ainda mais luz alcançamos mediante 2 Cor. 11:23, 25, onde o apóstolo
afirma que foi açoitado cinco vezes (com golpes de couro) e três vezes com
varas; suplícios tão cruéis que, se não deixavam o paciente morto, causavam
marcas no corpo que duravam por toda a vida. Consultando, assim, os paralelos,
aprendemos que as marcas que Paulo trazia no corpo não eram chagas ou sinais da
cruz milagrosa ou artificialmente produzidas, como alguns pretendem, porém
marcas ou sinais dos suplícios sofridos pelo Evangelho de Cristo.
Paralelos de
idéias
Para conseguir
idéia completa e exata do que ensina a Escritura neste ou naquele texto
determinado, talvez obscuro ou discutível, consultam-se não só as palavras
paralelas, mas os ensinos, as narrativas e fatos contidos em textos ou
passagens esclarecedoras que se relacionem com o dito texto obscuro ou
discutível. Tais textos ou passagens chamam-se paralelos de idéias.
Exemplos: Ao instituir Jesus a ceia, deu o cálice aos discípulos, dizendo:
"Bebei dele todos." Significa isto que só os ministros da religião
devem participar do vinho na ceia com exclusão da congregação? Que idéia nos
proporcionam os paralelos?
Em 1 Coríntios
11:22-29, nada menos que seis versículos consecutivos nos apresentam o
"comer do pão e beber do vinho" como fatos inseparáveis na ceia,
destinando os elementos a todos os membros da igreja sem distinção. Invenção
humana, destituída de fundamento bíblico é, pois, o participarem uns do pão e
outros do vinho na comunhão.
Paralelos de
ensinos gerais
Para a
aclaração e correta interpretação de determinadas passagens não são suficientes
os paralelos de palavras e idéias; é preciso recorrer ao teor geral, ou seja, aos ensinos gerais das Escrituras. Temos indicações deste
tipo de paralelos na própria Bíblia, sob as expressões de ensinar conforme as Escrituras, de ser
anunciada tal ou qual coisa por boca
de todos os profetas, e de usarem os profetas (ou pregadores) seu dom conforme a medida da fé, isto
é, segundo a analogia ou regra da doutrina revelada. (1 Cor. 15:3,
14; Atos 3:18; Rom. 12:6.)
Exemplos: Diz a Escritura: "O homem é justificado pela fé sem as obras de lei."
Ora, se desta circunstância alguém tira em conseqüência o ensino de que o homem
de fé fica livre das obrigações de viver uma vida santa e de conformidade com
os preceitos divinos, comete um erro, ainda quando consulte um texto paralelo.
É preciso consultar o teor ou doutrina geral da Escritura que trata do assunto;
feito isso, observa-se que essa interpretação é falsa por contrariar por
inteiro o espírito ou desígnio do Evangelho, que em todas as partes previnem os
crentes contra o pecado, exortando-os à pureza e à santidade.
Segundo o teor
ou ensino geral das Escrituras, Deus é um espírito onipotente, puríssimo,
santíssimo, conhecedor de todas as cousas e em todas as partes presente, coisa
que positivamente consta numa multidão de passagens. Pois bem, há textos que,
aparentemente, nos apresentam a Deus como ser humano, limitando-o a tempo ou
lugar, diminuindo em algum sentido sua pureza ou santidade, seu poder ou
sabedoria; tais textos devem ser interpretados à luz de ditos ensinos gerais.
O fato de haver
textos que à primeira vista não parecem harmonizar com esse teor das
Escrituras, deve-se à linguagem figurada da Bíblia e à incapacidade da mente
humana de abraçar a verdade divina em sua totalidade.
Ao dizerem as
Escrituras: "O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o
perverso para o dia da calamidade" (Prov. 16:4), quererão aqui ensinar que
Deus criou o ímpio para condená-lo, como alguns interpretam o texto? Certamente
que não; porque, segundo o teor das Escrituras, em numerosas passagens, Deus
não quer a morte do ímpio, não quer que ninguém pereça, mas que todos se
arrependam. E, portanto, o significado da última parte do texto deve ser que o
Criador de todas as coisas, no dia mau, saberá valer-se inclusive do ímpio para
levar a cabo seus adoráveis desígnios. Quantas vezes, pela divina providência,
não tiveram de servir os perversos qual açoite e praga a outros, castigando-se
a si mesmos ao mesmo tempo!
O estudo da hermenêutica é de valor
inestimável para todos os estudantes de Teologia Bíblica. O presente estudo
estar em forma resumida, somente para conhecer a noção das REGRAS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA.
Até
a próxima postagem!
Prof; Euler Lopes