domingo, 18 de janeiro de 2015

A Inspiração da Bíblia



        Os ataques contra a Autoridade da Bíblia Sagrada são muitos, e os mesmos (contrários), dizem que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas contém. E muitos acreditam nisso, sem ao menos pesquisar bíblica e teologicamente falando, esse conceito sofrível. Por isso venho por meio deste estudo escrito por “Myer Pearlman”, contestar essa “filosofia” desprovida de Deus, que não honram as Escrituras.  
Os estudantes da Bíblia, precisam entender que na teologia existem várias teorias, no que tange ao estudo da mesma (Bíblia).  E vocês precisam conhecer elas e “filtrar” para poderem aplicar verdadeiramente em suas vidas. Uns dos piores ataques é contra a Inspiração Bíblica.

A inspiração das Escrituras

É possível que haja uma religião divina sem uma literatura inspirada. O professor Francis L. Patton observa: Se o simples testemunho histórico prova que Jesus operou milagres, pronunciou profecias e proclamou a sua divindade — se pode ser demonstrado que ele foi crucificado para redimir os pecadores, e que foi ressuscitado dentre os mortos e que fez com que o destino dos homens dependesse de aceitá-lo como o seu Salvador então, seja inspirado ou não os registros, aí daquele que descuidar de tão grande salvação."
Todavia, não tomaremos mais tempo com isso, pois não existe nenhuma dúvida quanto à inspiração da Bíblia. "Toda a Escritura é divinamente inspirada" (1iteralmente: "é dada pelo sopro de Deus"), declara Paulo. (2 Tim. 3:16.) "Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum", escreve Pedro, "mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21).
Assim define Webster a inspiração: "A influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre a mente humana, pela qual os profetas, apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a verdade divina sem nenhuma mistura de erro."
Segundo o Dr. Gaussen, "é o poder inexplicável que o Espírito Divino exerce sobre os autores das Escrituras, em guiá-los até mesmo no emprego correto das palavras e em preservá-los de todo erro, bem como de qualquer omissão".
Assim escreveu o Dr. William Evans: "A inspiração divina, como é definida por Paulo nesta passagem (2 Tim. 3:16), é a forte inspiração espiritual de Deus sobre os homens, capacitando-os a expressarem a verdade; é Deus falando pelos homens, e, por conseguinte, o Antigo Testamento é a Palavra de Deus. é como se o próprio Deus houvesse falado cada palavra do livro. As Escrituras são o resultado da divina inspiração espiritual, da mesma maneira em que o falar humano é efetuado pela respiração pela boca do homem." Podemos dizer que a declaração de Pedro revela que o Espírito Santo estava presente duma maneira especial e milagrosa sobre os escritores das Escrituras, revelando-lhes as verdades que antes não conheciam e guiando-os também no registro dessas verdades e dos acontecimentos, dos quais eram testemunhas oculares, de maneira que as pudessem apresentar com exatidão substancial ao conhecimento de outrem.
Alguém poderia julgar, pela leitura dos vários credos do Cristianismo, tratar-se de assunto bastante complexo, cheio de enigmas teológicos e tumultuado por definições obscuras. Mas esse não é o caso. As doutrinas no Novo Testamento, como originalmente expostas, são simples e se podem definir de maneira simples. Mas, com o passar dos tempos, a igreja teve de enfrentar doutrinas e opiniões erradas e defeituosas e, por conseguinte, se viu obrigada a cercar as doutrinas certas e protegê-las com definições. Deste processo de definições exatas e detalhadas surgiram os credos. As declarações doutrinárias ocuparam uma parte importante e necessária na vida da igreja, e constituíram impedimento a seu progresso unicamente quando uma aquiescência formal a essas doutrinas veio substituir a viva fé.

A doutrina da inspiração, como é apresentada na Palavra, é relativamente simples, mas o surgimento de ideias errôneas criou a necessidade de proteger a doutrina certa com definições completas e detalhadas. Contra certas teorias, é necessário afirmar que a inspiração das Escrituras é a seguinte:

1. Divina e não apenas humana.
O modernista identifica a inspiração das Escrituras Sagradas com o mesmo esclarecimento espiritual e sabedoria de que foram dotados tais homens como: Platão, Sócrates, Browning, Shakespeare e outros gênios do mundo literário, filosófico e religioso. A inspiração, dessa forma, seria considerada apenas uma coisa puramente natural. Essa teoria rouba à palavra inspiração todo o seu significado e não combina, em absoluto, com o caráter sobrenatural e único da Bíblia.

2. Única e não comum.
Alguns confundem a inspiração com o esclarecimento. Refere-se à influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, influência que os ajuda a compreender as coisas de Deus. (1 Cor. 2:4; Mat. 16:17.) Eles mantêm a opinião de que esse esclarecimento espiritual seja a explicação adequada sobre a origem da Bíblia. Existe uma faculdade nos homens, assim ensinam eles, pela qual se pode conhecer a Deus — uma espécie de olho da sua alma. Quando os homens piedosos da antiguidade meditavam em Deus, o Espírito Divino vivificava essa faculdade, dando-lhes esclarecimentos dos mistérios divinos.
Tal esclarecimento é prometido aos crentes e tem sido experimentado por eles. Mas este esclarecimento não é o mesmo que inspiração. Sabemos, segundo está escrito em 1Ped. 1:10-12, que às vezes os profetas recebiam verdades por inspiração e lhes era negado esclarecimento necessário à sua compreensão dessas mesmas verdades. O Espírito Santo inspirou-lhes as palavras mas não achou por bem conceder-lhes a compreensão do seu significado. Descreve-se Caifás como sendo o veículo duma mensagem inspirada (se bem que o foi inconscientemente), apesar de não estar ele pensando em Deus. Nesse momento ele foi inspirado mas não esclarecido. (João 11:49-52.)
Notemos duas diferenças especificas entre o esclarecimento e a inspiração:
1) Quanto à duração, o esclarecimento é, ou pode ser, permanente. "Porém a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Prov. 4:18). A unção que o crente recebeu do Espírito Santo permanece nele, diz o apóstolo João (1 João 2:20-27). Por outro lado, a inspiração também era intermitente; o profeta não podia profetizar à vontade, porém estava sujeito à vontade do Espírito. "Porque a profecia não foi antigamente produzida por vontade de homem algum", declara Pedro, "mas os homens santos de Deus falaram, inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Que a inspiração profética viesse repentinamente está implícita na expressão comum: "A palavra do Senhor veio" a este ou àquele profeta. Uma distinção clara se faz entre os verdadeiros profetas, que profetizam unicamente quando lhes vem a palavra do Senhor, e os profetas falsos que proferem uma mensagem de sua própria invenção. (Jer. 14:14; 23:11, 16; Ezeq. 13:2, 3.)

2) O esclarecimento admite a graduação, enquanto a inspiração não admite graduação alguma. Varia de pessoa para pessoa o grau de esclarecimento, mas no caso da inspiração, no sentido bíblico, a pessoa ou recebeu ou não recebeu a inspiração.

3. Viva e não mecânica.
A inspiração não significa ditado, no sentido de que os escritores fossem passivos, sem que tomassem parte as suas faculdades no registro da mensagem, embora sejam algumas porções das Escrituras ditadas, como por exemplo os Dez Mandamentos e a Oração Dominical. A própria palavra inspiração exclui o sentido de ação meramente mecânica, e a ação mecânica exclui qualquer sentido de inspiração. Por exemplo, um homem de negócios não inspira sua secretária ao ditar-lhe as cartas. Deus não falou pelos homens como quem fala por um alto falante. Antes seu Divino Espírito usou as suas faculdades mentais, produzindo desta maneira uma mensagem perfeitamente divina, e que, ao mesmo tempo, conservasse os traços da personalidade do autor. Embora seja a Palavra do Senhor, é ao mesmo tempo, em certo sentido, a palavra de Moisés, ou de Paulo.
"Deus nada fez a não ser pelo homem; o homem nada fez, a não ser por Deus. é Deus quem fala no homem, é Deus quem fala pelo homem, é Deus quem fala como homem, é Deus quem fala a favor do homem."
O fato de haver cooperação divina e humana na produção duma mensagem inspirada é bastante conhecido; mas "como" se processa esta cooperação é mais difícil de explicar. Se o entrosamento de mente e corpo já é um mistério demasiado grande, mesmo para o homem mais sábio; quanto mais não é o entrosamento do Espírito de Deus e o espírito do homem!

4. Completa e não somente parcial.
Segundo a teoria da inspiração parcial, os escritores seriam preservados do erro em questões necessárias à salvação dos homens, mas não em outras matérias como sejam: história, ciência, cronologia e outras semelhantes. Portanto, segundo essa opinião, seria mais correto dizer que "A Bíblia contém a Palavra, em lugar de dizer que é a Palavra de Deus".
Essa teoria nos submergiria num pântano de incertezas, pois quem pode, sem equívoco, julgar o que é e o que não é essencial à salvação? Onde está a autoridade infalível que decida qual parte é a Palavra de Deus e qual não o é? E se a história da Bíblia é falha, então a doutrina também o é, porque a doutrina bíblica se baseia na história bíblica. Finalmente, as Escrituras mesmas reivindicam para si a inspiração plenária. Cristo e seus apóstolos aplicaram o termo "Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento.


5. Verbal e não apenas de conceitos.
Segundo outra teoria, Deus inspirou os pensamentos mas não as palavras dos escritores. Isto é, Deus inspirou os homens, e deixou ao critério deles a seleção das palavras e das expressões. Mas a ênfase bíblica não está nos homens inspirados, mas sim nas palavras inspiradas. "Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas" (Heb. 1:1). "Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pedro 1:21). Ainda mais, é difícil separar a palavra do pensamento; um pensamento é uma palavra antes de ser ela proferida. ("não comeceis a dizer em vossos corações"; "o tolo disse em seu coração"); uma palavra é um pensamento ao qual se deu expressão. Pensamentos divinamente inspirados naturalmente teriam sua expressão em palavras divinamente inspiradas. Paulo nos fala de "palavras ensinadas pelo Espírito" (1Cor. 2:13). Finalmente, uma simples palavra é citada como sendo o fundamento de doutrinas básicas. (João 10:35; Mat. 22:42-45; Gál. 3:16; Heb. 12:26, 27.)
Precisamos fazer distinção também entre a revelação e a inspiração. Por revelação queremos dizer aquele ato de Deus pelo qual ele dá a conhecer o que o homem por si mesmo não podia saber; por inspiração queremos dizer que o escritor é preservado de qualquer erro ao escrever essa revelação. Por exemplo, os Dez Mandamentos foram revelados, e Moisés foi inspirado ao registrá-los no Pentateuco.
A inspiração nem sempre implica revelação; por exemplo, Moisés foi inspirado a registrar eventos que ele mesmo havia presenciado e que dessa maneira estavam dentro do âmbito do seu próprio conhecimento.Distingamos também entre as palavras inspiradas e os registros inspirados. Por exemplo, muitos dizeres de Satanás são registrados nas Escrituras e sabemos que o diabo certamente não foi inspirado por Deus ao proferi-los; mas o registro dessas expressões satânicas foi inspirado.
Portando segundo o que acabamos de ensinar é que a Inspiração provém de Deus!

Referencia Bibliográfica: Myer Pearlman. Conhecendo as doutrinas da Bíblia.

Prof.  Euler Lopes

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Enriquecendo-se com a Bíblia II


   


    Paz do Senhor a todos os internautas! Estou agradecido por suas visualizações em meu blog.  Que Deus abençoe vocês e que todos tornam-se pessoas piedosas, sinceras mediante o “Evangelho  de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.
    É nosso dever todos os dias examinar as Escrituras. Existem “falsos profetas e falsos mestres” que são vorazes com as igrejas em nossos tempos, não poupando o rebanho.
    Por esse motivo devemos nos aplicar a Santa Escritura a todo tempo, como diz Paulo o apóstolo: “... que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” 2 Tm 4.2.
Que vocês regozijem-se nesses ensinamentos acerca da Palavra de Deus por nosso amado irmão.  

9. Lucas 10.4 - A ordem de Jesus: "A ninguém saudeis pelo caminho "
Não se tratava de indelicadeza.
    O tempo que restava para Jesus era pouco, muito pouco, e as saudações orientais tomavam muito tempo, não somente devido à troca de expressões formais, mas também por causa das poses que o corpo assumia. Se os enviados por Jesus cumprimentassem o povo segundo a maneira daquela época. Ele não cumpriria sua missão redentora no devido tempo. Ele sempre se referia ao "meu tempo".

10. Romanos 12.20 - Brasas sobre a cabeça do inimigo (Pv 25.21-22)
  O fato refere-se às leis levíticas de Levítico 16.12, quando o sumo sacerdote fazia expiação pelo povo, incluindo o incensário cheio de brasas. A expiação satisfazia à justiça de Deus, promovendo a reconciliação do homem com Ele. 0 caso aqui citado que serve para dar uma idéia do valor que há na compreensão da vida, das leis, e dos usos e costumes antigos orientais, conforme vemos na Bíblia.

11. Paulo foi maravilhosamente capacitado para grande trabalho entre os gentios:
(a) Por nascimento, era hebreu.
(b) Por cidadania, era romano.
(c) Pela cultura, era grego.

12. Esaú tinha duas esposas com o mesmo nome, ou seja, Basemate, que significa fragrância, em hebraico. Um era filha de Elom, heteu, Gn 26.34, e a outra, filha de Ismael e irmã de Nabaiote, Gn 36.3.

13. O cortejo fúnebre era liderado pelas mulheres porque, diziam eles, como Eva, uma mulher trouxe a morte até o mundo, as mulheres
deviam conduzir as vítimas à sepultura. Ver Jr 9.17.

14. Nos tempos do AT, ao que parece, havia uma vestimenta própria para as viúvas, pois Tamar, a nora de Judá, usara as "vestes de sua
viuvez", Gn 38.14.

15. Os judeus tinham o costume de esfregar sal nos recém-nascidos, ver Ez 16.4.


16. Nos tempos antigos, um homem para confirmar um negócio relativo à remissão, ele tirava o seu sapato e dava ao outro como testemunho, Rt. 4.7-8.

17. Colocava-se na cabeça um pequeno cone feito de um material à base de óleo, cheio de perfume. Em contato com o calor do corpo, o cone ia-se derretendo lentamente e o perfume pingava nas roupas, veja SI 23.5; Lc 7.44-46.

18. No Egito, o período de luto para os membros da realiza era de 70 dias, 40 dias eram para o embalsamamento. E Jacó, sendo pai do
primeiro ministro teve direito a essa honra, veja Gn 50.3.

19. Nos tempos bíblicos, no casamento, as atenções eram centralizadas no noivo e não na noiva. Isto porque a noiva saía ao encontro do noivo com um véu e ninguém podia vê-la.
Somente no 7o dia de festa a noiva era apresentada aos convidados, tipificando anIgreja que no arrebatamento não será vista pelo mundo, somente na revelação de Jesus, 7 anos depois, Ap. 1.7.

20. O Sacerdote hebreu só podia casar com uma moça virgem, não podia casar com viúva, repudiada, desonrada ou prostituta, ver Lv
21.13-14.

21. Ao nascer uma criança em um lar hebreu, se fosse menino, a mãe se purificava 40 dias; se fosse uma menina, era 80 dias, exatamente o dobro, Lv 12.2-5.

22. Nos tempos bíblicos acreditava-se que alguns alimentos, como as "mandrágoras", produziam fertilidade. Muitas vezes eram usadas como encantamento de amor, leia Gn 30.14-17.

23. Ter filhos sobre os joelhos de uma mulher, era parte central da cerimônia de adoço de filhos. Assim Raquel adotou os filhos de sua escrava Bila, ver Gn 30.3.

24. A mesa na antiga Palestina era uma pele ou pedaço de couro circular, coloca sobre o tapete. No chão, nas beiradas desta mesa em forma de bandeja havia laçadas através das quais passava-se um cordão. Terminada a refeição, o cordão era esticado e a "mesa" ficava pendurada, deixando o caminho livre. Posteriormente introduziu-se a mesa com divãs para reclinar. Os convidados encostavam-se na mesa com o cotovelo esquerdo e comiam com a mão direita Mc 14.3.

25. Na vida dos hebreus o novilho cevado era considerado o melhor de todas as carnes e era reservada para as ocasiões mais festivas Lc 15.23. Por outro lado o cabrito era carne mais comum, mais barata, Lc 15.29.

26. O ofício de curtidor era desonroso para os judeus, era considerado imundo por trabalhar com animais mortos. Normalmente, eram obrigados a viver fora dos limites da cidade. Simão o curtidor, morava à beira do mar, na cidade de Jope, At 10.6. Pedro, o apóstolo, hospedou-se na casa de Simão, desafiando este preconceito, At 9,43.

Fiquem com Deus!


Referencias bibliográficas: Coletânea de Curiosidades Bíblicas do Pr. Carvalho Júnior.



Prof: Euler Lopes

domingo, 22 de junho de 2014

Discipulado Bíblico














Agradecemos a Deus por tudo o que tem feito por nós!                                                         
Não sabemos o que se passa na mente dELE com certeza, mas sabemos é que: “...Nenhum de seus planos pode ser impedido” (Jó 42.2). Acreditamos que ELE é que nos “inspira” a “escrever” sobre muitas coisas acerca da sua Palavra. Mas não “como” os “escritores que escreveram sobre (inspiração, revelação e iluminação) à Bíblia Sagrada” e foram só eles que tiveram essa “experiência” dada por Deus.
Hoje também, Deus tem levantado homens (piedosos, sinceros, verdadeiros e tementes) para escreverem “livros, revistas EBD, artigos etc.” Eles Fazem tudo isso é pelo cuidado que tem com a Igreja de Cristo. Poderíamos até citar nomes como: “Antônio Gilberto, Geremias do Couto, Ciro Sanches Zibord, Elienai Cabral, Altair Germano, Elinaldo Renovato, Ezequias Soares, Claudionor de Andrade, Severino Pedro da Silva, Wagner Gaby, Carlos Roberto Silva, Gutierres Siqueira, Elias Soares de Moraes etc.” Todos levando um conteúdo consistente para aqueles que precisam de um estudo um esclarecimento mais detalhado sobre a Teologia Bíblica.
Semelhantemente nós produzimos  um estudo de “discipulado” concernente ao novo convertido, e  a todos que queiram se aprofundar no estudo Cristão. Mediante isto, mostramos a nossa posição Bíblico-Teológica para os leitores da mesma. .   



Que Deus abençoe todos vocês!

Prof.;  Euler Lopes







sábado, 12 de abril de 2014

Os dias da Criação foram literais de 24 horas ou não?





Estamos apresentando mais um assunto que é de suma importância, para todos os seminaristas. Afinal de contas os dias da criação foram de 24 horas ou foram mais do que isso? Qual é a sua opinião a respeito desse assunto?



GÊNESIS 2:1 - Como o mundo pôde ser criado em seis dias?

PROBLEMA: A Bíblia diz que Deus criou o mundo em seis dias (Êx 20:11).
Mas a ciência moderna declara que isso levou bilhões de anos. As duas posições não podem ser verdadeiras.

SOLUÇÃO: Há basicamente duas maneiras para superar esta dificuldade.
Primeiro, alguns eruditos argumentam que a ciência moderna não está certa.
Insistem em dizer que o universo tem apenas alguns milhares de anos e que
Deus criou todas as coisas em seis dias literais (6 dias de 24 horas, ou seja, 144
horas). Para sustentar esta posição, eles apresentam os seguintes pontos:

1. Cada dia do Gênesis tem "tarde e manhã" (cf. Gn 1:5,8,19,23,31), o que é próprio do dia de 24 horas na Bíblia.
2. Os dias foram numerados (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia etc),
uma característica peculiar dos dias de 24 horas na Bíblia.
3. Êxodo 20: 11 compara os seis dias da criação com os seis dias de uma
semana (literal) de trabalho de 144 horas.
4. Há evidência científica que suporta uma idade jovem (de milhares de anos) para a Terra.
5. Não haveria como a vida sobreviver milhões de anos do dia três (1; 11) ao
dia quatro (1:14) sem lua.

Outros eruditos da Bíblia afirmam que o universo pode ter bilhões de anos, sem que com isso se esteja sacrificando um entendimento literal de Gênesis 1 e 2. Argumentam que:

1. Os dias de Gênesis 1 podem ter tido um período de tempo antes da
contagem dos dias (antes de Gênesis 1:3), ou um intervalo de tempo entre os
dias. Há intervalos em outras partes da Bíblia (como em Mateus 1:8, onde três
gerações são omitidas, em comparação com 1 Crônicas 3:11-14).

2. A mesma palavra hebraica para "dia" (yom) é empregada em Gênesis 1 e 2
como um período de tempo maior que 24 horas. Por exemplo, Gênesis 2:4 faz
uso desta palavra no sentido do período total da criação de seis dias.

3. Às vezes a Bíblia emprega a palavra "dia" para longos períodos de tempo:
"Um dia é como mil anos" (2 Pe 3:8; cf. SI 90:4).
4. Há alguns indícios em Gênesis 1 e 2 de que os dias poderiam ser períodos
maiores que 24 horas:
a) No terceiro "dia" as árvores cresceram da semente à maturidade, e
produziram semente segundo a sua espécie (1:11-12). Esse processo
normalmente leva meses ou anos.
b) No sexto "dia" Adão foi criado, foi dormir, deu nome a todos os
(milhares de) animais, procurou por companhia, foi dormir, e Eva foi criada
de sua costela. Tudo isso parece exigir um tempo bem maior que 24 horas.
c) A Bíblia diz que Deus "descansou" no sétimo dia (2:2), e que ele ainda está no seu descanso da criação (Hb 4:4). Assim, o sétimo dia já tem tido uma
duração de milhares de anos. Dessa forma, os outros dias bem que
poderiam ter tido milhares de anos também.

5. Êxodo 20:11 pode estar fazendo simplesmente uma comparação de
unidade por unidade dos dias de Gênesis com uma semana de trabalho (de
144 horas), e não uma comparação minuto a minuto.
Conclusão: Não se demonstra contradição alguma em fatos, entre Gênesis 1 e
a ciência. Há apenas um conflito de interpretações. Ou os cientistas de hoje
em sua maioria estão errados ao insistirem que o mundo tem bilhões de anos,
ou então alguns dos intérpretes da Bíblia estão equivocados ao insistirem em
dizer que foram apenas 144 horas que durou a criação, ocorrida alguns
milhares de anos antes de Cristo, sem intervalos de tempo correspondentes a
milhões de anos. Mas, em qualquer dos casos, não se trata de uma questão de
inspiração das Escrituras, mas de sua interpretação (em relação a dados científicos).


Bibliografia: MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia de Norman Geisler - Thomas Howe.



Prof; Euler Lopes.

sexta-feira, 14 de março de 2014

A Interpretação Bíblica




Proposito Deste Trabalho




O Presente estudo visa os estudantes de teologia bíblica e, também irmãos que desejam ter uma compreensão mais profunda dos “Textos Sagrados”. Existe um número considerável de pessoas, que sentem dificuldade em interpretar o texto bíblico. Por causa dessa demanda, venho por meio deste, explicar as — Regras básicas de interpretação bíblica. Espero que seja bem proveitoso e compreensível aos leitores desse estudo.

Esse trabalho nasceu há alguns anos, quando me deparei com algumas dificuldades dentro da própria Igreja. Dificuldade esta, que tem levado a deterioração da interpretação bíblica.
 Quando me refiro a Igreja, não me refiro somente à denominação aonde congrego mais outras que tenho passado. Muitas das vezes nossos obreiros, não são tão preparados quanto deveria. Paulo nos recomenda em 2 Tm 2.15 que sejamos pessoas “que maneja bem a Palavra da Verdade”, mas a realidade que eles estão enfrentando, torna-os  menos preparados. Existem obreiros que não tem recurso para pagar um curso de teologia, e não devemos fechar os olhos para isso.
Em suma, tem pessoa que sentem dificuldade em: ler, escrever, entender, pesquisar e, uma série de outras coisas que tem os levado a acreditar que não são capazes de alcançar algo maior em seu ministério.
Também, existem aqueles que não têm nenhum problema quanto a esta listagem acima. São amigos que, dizem; “O Espírito Santo vai me revelar tudo, não preciso me preparar em estudar...”. Será mesmo verdade...! Tenho minhas dúvidas.
É por isso que esse projeto vem ajudar, todos aqueles que não têm recurso para pagar um curso de teologia por ser um valor alto. Mas eles têm como nos ajudar em nosso projeto, abençoando e sendo abençoado.



Introdução á Hermenêutica

A Hermenêutica é uma ciência que todo pregador e ensinador da Bíblia deva conhecer. Os estudos dentro da área teológica, sistemática, dogmática, prática, contemporânea, incluem também o estudo da teologia exegética, que trata da reta interpretação das Sagradas Escrituras para o sentido que o autor quis atribuir ao texto sagrado. 
A hermenêutica se define como a Arte de interpretar e explicar textos. 
A palavra hermenêutica (ερμηνευτική) vem do verbo grego hermeneuein (ερμηνευειν) e significa interpretar ou traduzir (usado quatro vezes no Novo testamento sempre com a ideia de “tradução” João 1.38,42; João 9.7 e hebreus 7.2 para a forma verbal; e 1Co. 12,10; 14.26 para a forma nominal), Platão usou a palavra como forma de “explicar”. Se crermos que cada palavra em hebraico e também em grego fora Inspirada por Deus nos manuscritos originais, então é importante a correta interpretação dessas palavras.

Aprofunde-se mais um pouco!

No Antigo Testamento acham-se termos correspondentes ao grego hermeneuein; entre eles: tirgen(תֻרְגָּ֥ם) cujo significado é
“interpretar ou traduzir” (Ed 4.7),( pesher, p ̂eshar, פשר traduzido por “solução ou interpretação geral”), e o vocábulo hawâ, isto é, “ interpretar, informar, contar”. 
O hermeneuta segundo o étimo é um interprete ou tradutor de qualquer porção literária, quer sacra, quer  profana. Mas no nosso caso é a Bíblia Sagrada!
O termo grego hermeios referia-se, originalmente ao sacerdote do oráculo de Delfos, que era responsável pela interpretação dos desejos dos deuses aos seus consultores. Na cultura pagã, os romanos possuíam uma espécie de “profeta da salvação”, que era um especialista oficial encarregado da interpretação dos sinais celestes, como por exemplo, o voo das aves, e os sacerdotes, adivinhos que estudavam as entranhas das vitimas sacrificada e procuravam assim, presságios favoráveis ou contrários.
O étimo do verbo hermeneuein  (ερμηνευειν)  e do substantivo hermeneia         (ερμηνεια), no entanto remetem para o deus mensageiro-alado Hermes, de cujo nome as palavras aparentemente derivam, ou vice versa.                                                                                                                            
Hermes segundo a mitologia greco-romana era filho de Zeus e de Maia, sendo o arauto o mensageiro dos deuses. Era também considerado o deus da ciência, da interpretação e eloquência. Nas escrituras neotestamentárias a cultura pagã romana o chamava de Mercúrio (At 14.12). Porem no texto original grego aparece o substantivo próprio Hermes ( Ερμης) em vez de Mercúrio.                                                                                  
No texto de At 14.12, Hermes aparece com a oração explicativa, “porque era este o principal portador da palavra” (ARA). Os gregos atribuíam a Hermes a descoberta da linguagem e da escrita — as ferramentas que a compreensão humana utiliza para chegar ao significado das coisas e para transmitir aos outros.
Hermes se associa a função de transmutação — transformar tudo aquilo que ultrapassa a compreensão humana em algo que essa inteligência consiga compreender. As várias formas da palavra sugere o processo de trazer uma situação ou uma coisa da ininteligibilidade à compreensão.                                                                                                                       
Quando Felipe (At 8.26-40) foi conduzido pelo Espirito Santo ao encontro do oficial etíope pergunto-lhe: “Compreendes o que vens lendo?” (ARA). Seu objetivo era levar ao etíope a compreensão do texto, decodificar o incógnito significado ao seu leitor. Sócrates afirma que os poetas são “eisin ho hermeneus ton theo” ou seja “são os interprete de deus”.  A função de Felipe, sobre a ótica helênica, confunde-se a de um mensageiro divino incumbido de ser portador de uma mensagem divina e torná-la compreensível, tanto narrando quanto explicando.
Ao utilizar a hermenêutica na interpretação da Bíblia, é preciso conhecer alguns problemas que serão enfrentados. Isso ocorre porque ela se relaciona diretamente com outras áreas do estudo Bíblico, entre esses estão: o cânon, a crítica textual e histórica, a exegese, a teologia sistemática e Bíblica.

Também há alguns problemas:

Cronológico: está relacionado ao fato da Bíblia ter sido escrita há muito tempo atrás. O primeiro livro foi escrito aproximadamente há 3.400 anos e o último em torno de 2.000 anos;
 Geográfico: influencia pelo fato que a maioria dos leitores está longe demais de onde os fatos ocorreram. Sem contar que quase tudo mudou ou tudo realmente mudou.
 Cultural: a maior parte da cultura mudou, além de ser muito diferente a forma de pensar e agir hoje em dia;
 Linguístico: como já se sabe, a Bíblia foi escrita nas línguas: hebraica, aramaica (Ed 4.8; 6.18; 7.12-26; Jr 10.11; e Dn 2.4 – 7.28) e grega. Estas contêm muitos detalhes importantes e ricos para um conhecimento mais detalhado em relação à
Bíblia. Entretanto, foi por causa dessas línguas e das mudanças naturais, que surgiram os problemas em relação às interpretações textuais, conforme consta nos melhores manuscritos encontrados;
 Literário: as diferenças contidas nos estilos de escritos utilizados nos tempos bíblicos com os de hoje são enormes. Um bom exemplo é o fato do NT utilizar muitas parábolas, enquanto que no AT utiliza muitos provérbios e salmos, entre outros estilos.
O importante é que o estudante da Bíblia saiba que para estudá-la é preciso ter bom senso, paciência, disposição e dedicação ao analisar os textos.
Antes de começar a estudar a hermenêutica e suas técnicas é preciso lembrar que o livro a ser estudado é a Bíblia. Esta por sua vez é fruto da revelação de Deus ao homem.

Primeira Regra
É preciso, o quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum.  
Como já dissemos, os escritores das Sagradas Escrituras escreveram, naturalmente, com o objetivo de se fazerem compreender. E, por conseguinte, deveriam valer-se de palavras conhecidas e deveriam usá-las no sentido que geralmente tinham. Averiguar e determinar qual seja este sentido usual e ordinário deve constituir, portanto, o primeiro cuidado na interpretação ou correta compreensão das Escrituras.
Exemplos: Em Gênesis 6:12, lemos: "Porque toda carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra" (versão revista e corrigida). Tomando aqui as palavras carne e caminho em sentido literal, o texto perde o significado por completo. Porém tomando em seu sentido comum, usando-se como figuras, isto é, carne em sentido de pessoa e caminho no sentido de costumes, modo de proceder ou religião, já não só tem significado, mas um significado terminante, dizendo-nos que toda pessoa havia corrompido seus costumes.
"Qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma, não acende a candeia, varre a casa e a procura diligentemente até encontrá-la?" Neste versículo, tomado ao pé da letra, embora nos apresente uma pergunta interessante, estamos longe de compreender a verdade que encerra. Porém, sabendo que contam uma parábola, cujas partes principais e figuradas requerem interpretação e designam realidades correspondentes às figuras, não vemos aqui já agora uma pergunta interessante, mas uma mulher que representa a Cristo; um trabalho diligente que representa um trabalho semelhante que Cristo está levando a cabo; e uma moeda perdida representa o homem perdido no pecado; tudo isto expondo e ilustrando admiravelmente a mesma verdade que expressa Cristo sem parábola, dizendo: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o perdido" (Luc. 19:10).

Segunda Regra
É de todo necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.
Na linguagem bíblica, como em outra qualquer, existem palavras que variam muito em seu significado, segundo o sentido da frase ou argumento em que ocorrem. Importa, pois, averiguar e determinar sempre qual seja o pensamento especial que o escritor se propõe expressar, e assim, tomando por guia este pensamento, poder-se-á determinar o sentido positivo da palavra que apresenta dificuldade.
Exemplos: : A palavra fé, ordinariamente significa confiança; mas também tem outras acepções. Lemos de Paulo, por exemplo: "Agora prega a fé que outrora procurava destruir" (Gál. 1:23). Do conjunto desta frase vimos claramente que a fé, aqui, significa crença, ou seja, a doutrina do Evangelho.
"Mas aquele que tem dúvidas, é condenado, se comer, porque o que faz não provem de fé; e tudo o que não provam de fé é pecado" (Rom. 14:23). Pelo conjunto do versículo, e tudo considerado, verificamos que a palavra aqui ocorre no sentido de convicção; convicção do dever cristão para com os irmãos.
Salvação, Salvar: Estas palavras são usadas freqüentemente no sentido de salvação do pecado com suas conseqüências; têm, porém, outros significados. Lemos, por exemplo, que "Moisés cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar, por intermédio dele" (Atos 7:25). Guiados pelo conjunto do versículo, compreendemos que aqui ocorre a palavra salvar no sentido de liberdade temporal

Terceira Regra
É necessário tomar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que precedem e seguem ao texto que se estuda.
Às vezes sucede que não basta o conjunto de uma frase para determinar qual é o verdadeiro significado de certas palavras. Portanto, e em tal caso, devemos começar mais acima a leitura e continuá-la até mais abaixo, para levar em conta o que precede a segue à expressão obscura e, procedendo assim, encontrar-se-á clareza no contexto por diferentes circunstâncias.

Exemplos: No contexto achamos expressões, versículos ou exemplos que nos esclarecem e definem o significado da palavra obscura. Ao dizer Paulo: "quando lerdes, podeis compreender o meu discernimento no mistério de Cristo" (Ef. 3:4), ficamos um tanto indecisos com respeito ao verdadeiro significado da palavra mistério. Porém, pelos versículos anteriores e posteriores, verificamos que a palavra mistério se aplica aqui à participação dos gentios nos benefícios do Evangelho. Encontra-se a mesma palavra em sentido diferente em outras passagens, sendo necessário, em cada caso, o contexto para determinar o significado exato.
"Quando éramos menores, estávamos servilmente sujeitos aos rudimentos do mundo" (Gál. 4:3, 9-11). Que são os rudimentos do mundo? O que vem depois da palavra nos explica que são práticas de costumes judaicos.
Este vocábulo também é usado noutro sentido, determinando o contexto sua correta interpretação
"O salário do pecado é a morte", diz o apóstolo Paulo. O sentido profundo desta expressão faz ressaltar de uma maneira viva a expressão oposta que a segue: "mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna" (Rom. 6:23).

Quarta Regra
É preciso tomar em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras.
Lemos em 1 João 3:9: "Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática do pecado... esse não pode viver pecando." Quererá o apóstolo aqui dizer que o cristão é absolutamente incapaz de cometer uma falta? Não, porque o próprio objetivo de sua carta é o de prevenir para que não pequem, com o que está admitida a possibilidade de poder cair em falta. Como, pois, compreender que os nascidos de Deus não podem pecar? Neste caso também nos apresenta luz a consideração detida do desígnio da carta. Pelas Escrituras vemos que nos fins do século apostólico existiam certos pretensos cristãos enganados que criam poder praticar toda sorte de excessos carnais, sem respeitar lei alguma. Um dos desígnios da carta é, evidentemente, prevenir os filhos de Deus contra esse mau tipo de crenças. Diz João que, contrariamente a esses "filhos do diabo" que por natureza cometem pecado, os "filhos de Deus" não podem viver pecando. Cada um se ocupa nas obras do pai: os filhos de Deus se ocupam em manifestar seu amor a Deus, guardando seus mandamentos (5:2); os filhos do diabo se ocupam em imitar a seu pai, que está pecando desde o princípio.
Uns praticam o pecado, os outros não o praticam desde o momento em que nasceram de Deus. Opondo-se a esses dissolutos filhos do diabo, que acreditavam poder pecar e naturalmente com gosto pecavam, afirma João que os nascidos de Deus, pelo contrário, tendo repugnância e ódio ao pecado, não podem pecar; significa, não podem praticar o pecado, ou continuar pecando, como indica o texto original. Pela razão de haverem nascido de Deus, e aspirando, como aspiram, à perfeição moral completa, é contra sua nova natureza praticar o pecado: não podem continuar pecando; o que supostamente não impede que sejam exortados a guardar-se do mal, desde o momento que não estão fora da possibilidade de pecar.

Quinta Regra
É necessário consultar as passagens paralelas, "explicando cousas espirituais pelas espirituais" (1 Cor. 2:13).                                                                                     
Com passagens paralelas entendemos aqui as que fazem referência uma à outra, que tenham entre si alguma relação, ou tratem de um modo ou outro de um mesmo assunto.
Neste estudo importante convém observar que há paralelos de palavras, paralelos de idéias e paralelos de ensinos gerais.

Paralelos de palavras
Exemplos:  Em Gálatas 6:17, diz Paulo: "Trago no corpo as marcas de Jesus." Que eram essas marcas? Nem o conjunto da frase, nem o contexto no-lo explica. Iremos, pois, às passagens paralelas. Em 2 Cor. 4:10, encontramos em primeiro lugar, que Paulo usa a expressão "levando sempre no corpo o morrer de Jesus", falando da cruel perseguição que continuamente Cristo padecia, o que nos indica que essas marcas se relacionam com a perseguição que sofria. Porém ainda mais luz alcançamos mediante 2 Cor. 11:23, 25, onde o apóstolo afirma que foi açoitado cinco vezes (com golpes de couro) e três vezes com varas; suplícios tão cruéis que, se não deixavam o paciente morto, causavam marcas no corpo que duravam por toda a vida. Consultando, assim, os paralelos, aprendemos que as marcas que Paulo trazia no corpo não eram chagas ou sinais da cruz milagrosa ou artificialmente produzidas, como alguns pretendem, porém marcas ou sinais dos suplícios sofridos pelo Evangelho de Cristo.

Paralelos de idéias
Para conseguir idéia completa e exata do que ensina a Escritura neste ou naquele texto determinado, talvez obscuro ou discutível, consultam-se não só as palavras paralelas, mas os ensinos, as narrativas e fatos contidos em textos ou passagens esclarecedoras que se relacionem com o dito texto obscuro ou discutível. Tais textos ou passagens chamam-se paralelos de idéias.
Exemplos:  Ao instituir Jesus a ceia, deu o cálice aos discípulos, dizendo: "Bebei dele todos." Significa isto que só os ministros da religião devem participar do vinho na ceia com exclusão da congregação? Que idéia nos proporcionam os paralelos?
Em 1 Coríntios 11:22-29, nada menos que seis versículos consecutivos nos apresentam o "comer do pão e beber do vinho" como fatos inseparáveis na ceia, destinando os elementos a todos os membros da igreja sem distinção. Invenção humana, destituída de fundamento bíblico é, pois, o participarem uns do pão e outros do vinho na comunhão.

Paralelos de ensinos gerais
Para a aclaração e correta interpretação de determinadas passagens não são suficientes os paralelos de palavras e idéias; é preciso recorrer ao teor geral, ou seja, aos ensinos gerais das Escrituras. Temos indicações deste tipo de paralelos na própria Bíblia, sob as expressões de ensinar conforme as Escrituras, de ser anunciada tal ou qual coisa por boca de todos os profetas, e de usarem os profetas (ou pregadores) seu dom conforme a medida da fé, isto é, segundo a analogia ou regra da doutrina revelada. (1 Cor. 15:3, 14; Atos 3:18; Rom. 12:6.)
Exemplos: Diz a Escritura: "O homem é justificado pela fé sem as obras de lei." Ora, se desta circunstância alguém tira em conseqüência o ensino de que o homem de fé fica livre das obrigações de viver uma vida santa e de conformidade com os preceitos divinos, comete um erro, ainda quando consulte um texto paralelo. É preciso consultar o teor ou doutrina geral da Escritura que trata do assunto; feito isso, observa-se que essa interpretação é falsa por contrariar por inteiro o espírito ou desígnio do Evangelho, que em todas as partes previnem os crentes contra o pecado, exortando-os à pureza e à santidade.
Segundo o teor ou ensino geral das Escrituras, Deus é um espírito onipotente, puríssimo, santíssimo, conhecedor de todas as cousas e em todas as partes presente, coisa que positivamente consta numa multidão de passagens. Pois bem, há textos que, aparentemente, nos apresentam a Deus como ser humano, limitando-o a tempo ou lugar, diminuindo em algum sentido sua pureza ou santidade, seu poder ou sabedoria; tais textos devem ser interpretados à luz de ditos ensinos gerais.
O fato de haver textos que à primeira vista não parecem harmonizar com esse teor das Escrituras, deve-se à linguagem figurada da Bíblia e à incapacidade da mente humana de abraçar a verdade divina em sua totalidade.
Ao dizerem as Escrituras: "O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade" (Prov. 16:4), quererão aqui ensinar que Deus criou o ímpio para condená-lo, como alguns interpretam o texto? Certamente que não; porque, segundo o teor das Escrituras, em numerosas passagens, Deus não quer a morte do ímpio, não quer que ninguém pereça, mas que todos se arrependam. E, portanto, o significado da última parte do texto deve ser que o Criador de todas as coisas, no dia mau, saberá valer-se inclusive do ímpio para levar a cabo seus adoráveis desígnios. Quantas vezes, pela divina providência, não tiveram de servir os perversos qual açoite e praga a outros, castigando-se a si mesmos ao mesmo tempo!

O estudo da hermenêutica é de valor inestimável para todos os estudantes de Teologia Bíblica. O presente estudo estar em forma resumida, somente para conhecer a noção das REGRAS DA HERMENÊUTICA BÍBLICA.

Até a próxima postagem! 



Prof; Euler Lopes