Os vários ramos da Teologia
Teologia
Histórica
A Teologia Histórica
é o segundo andar do “edifício teológico”. Trata do desenvolvimento histórico
da doutrina e se preocupa com as variações sectárias e afastamentos heréticos
da verdade bíblica que apareceram durante a era cristã. Contém duas divisões principais:
a) O
estudo do desenvolvimento progressivo das doutrinas da Bíblia. Os que seguem
este método, também chamado de “horizontal”, consideram a história do
desenvolvimento doutrinário como um todo, em períodos, e traçam a gênese de
todos os vários dogmas em cada período específico, deixando-os no estágio em
que são encontrados no fim do período, e então os retomam nesse ponto a fim de
seguir seu posterior desenvolvimento. Assim, a teologia própria é estudada até
o início da Idade Média; daí abandonada, sendo seguida pelo estudo de outras
doutrinas até este período.
b) O exame do
desenvolvimento histórico das doutrinas da Igreja desde a era apostólica. Os
que seguem este método, também chamado de “vertical”, consideram o estudo das
doutrinas separadas na ordem em que se tornam o centro da atenção da Igreja, seguindo
seu desenvolvimento até atingirem sua forma final. Seguindo este método, o
estudo da teologia própria segue das discussões apostólicas, até a sua
formulação final nos credos histórico posterior a reforma.
A
Teologia Histórica destaca a importância da história secular, bíblica e eclesiástica
devido a contribuição que podem oferecer a compreensão do desenvolvimento doutrinário.
Abrange:
a) História
da Igreja;
b) História
das Missões;
c) História
dos credos e das confissões;
d) História
das doutrinas.
Fonte: Esdras, Costa. HERMENÊUTICA,
Fácil e descomplicada. Ed. CPAD.
Profº: Euler Lopes
TEOLOGIA
REFORMADA
Pergunta:
"O que é Teologia Reformada?"
Resposta:De uma forma geral, Teologia Reformada inclui qualquer sistema de crença que traça suas raízes à Reforma Protestante do século 16. Claro que os Reformadores basearam sua doutrina nas Escrituras, como indicado no credo de “sola scriptura”, então teologia Reformada não é um “novo” sistema de crença mas um que procura dar continuação à doutrina apostólica.
Geralmente, teologia Reformada defende a autoridade das Escrituras, a soberania de Deus, salvação pela graça através de Cristo e a necessidade de evangelismo. Às vezes é chamada de Teologia do Pacto por causa da ênfase dada à aliança que Deus fez com Adão e a nova aliança que veio através de Jesus Cristo (Lucas 22:20).
Autoridade das Escrituras.Teologia Reformada ensina que a Bíblia é a inspirada e confiável Palavra de Deus, suficiente para todos os assuntos de fé e prática.
Soberania de Deus.Teologia Reformada ensina que Deus reina com controle absoluto sobre toda a criação. Ele predeterminou todos os eventos e, portanto, nunca se frustra com as circunstâncias. Isso não limita a vontade da criatura, nem faz de Deus o autor do pecado.
Salvação pela graça.Teologia reformada ensina que Deus em Sua graça e misericórdia escolheu redimir um povo para Si mesmo, livrando-os do pecado e morte. A doutrina de salvação reformada é também conhecida como os cinco pontos do Calvinisno (ou pelo acróstico TULIP, referente às iniciais dos pontos em inglês):
T- Depravação Total do Homem (Total depravity).O homem é completamente fraco em seu estado de pecado, está sob a ira de Deus e de forma alguma pode agradar a Deus. Depravidade total também significa que o homem não vai naturalmente procurar conhecer a Deus, até que Deus graciosamente o encoraje a assim agir. (Gênesis 6:5; Jeremias 17:9; Romanos 3:10-18).
U – Eleição incondicional (Unconditional election). Deus, da eternidade passada, escolheu salvar uma grande multidão de pecadores, a qual nenhum homem pode numerar (Romanos 8:29-30; 9:11; Efésios 1:4-6:11-12).
L- Expiação limitada (Limited Atonement). Também chamada de “redenção particular”. Cristo tomou sobre Si o julgamento do pecado dos eleitos e, portanto, pagou por suas vidas com a Sua morte. Em outras palavras, Ele não só tornou salvação “possível”, Ele na verdade a obteve por aqueles que Ele tinha escolhido (Mateus 1:21; João 10:11; 17:9; Atos 20:28; Romanos 8:32; Efésios 5:25).
I - Graça irresistível (Irresistible Grace). Em seu estado depois da Queda ao pecado, o homem resiste ao amor de Deus, mas a graça de Deus trabalhando em seu coração faz com que tal homem deseje o que ele tinha previamente resistido. Quer dizer, a graça de Deus não vai falhar em realizar o seu trabalho de salvação na vida dos eleitos (João 6:37,44; 10:16).
P – Perseverança dos santos (Perseverance of the saints). Deus protege Seus santos de se desviar totalmente; por isso salvação é eterna (João 10:27-29; Romanos 8:29-30; Efésios 1:3-14).
A necessidade de evangelismo.Teologia reformada ensina que Cristãos estão nesse mundo para fazer a diferença, espiritualmente através de evangelismo e socialmente através de uma vida santa e de humanitarismo.
Outras características da teologia Reformada geralmente incluem a observância de dois sacramentos (batismo e comunhão), uma opinião de que certos dons espirituais cessaram (esses dons não foram mais passados à igreja), e uma opinião não dispensacionalista das Escrituras. As igrejas reformadas dão grande valor ao ensino de João Calvino, John Knox, Ulrico Zuínglio e Martinho Lutero. A Confissão de Fé de Westminster incorpora a teologia da tradição Reformada. Igrejas modernas na tradição reformada incluem a Prebisteriana, Congregacionalista e algumas Batistas.
TEOLOGIA
MORAL
Teologia Moral é uma disciplina e
um campo de conhecimento da Teologia que se dedica ao estudo e à pesquisa do
comportamento humano em relação a princípios morais e ético-religiosos. O
vocábulo moral provém do latim mos - moris, que inicialmente significava
costume, evoluindo depois para uma significação equivalente ao grego εθoς =
ethos.
Na teologia cristã, a teologia moral ocupa-se do estudo sistemático dos
princípios ético-morais subjacentes à doutrina e às verdades reveladas por
Deus, bem como à sua aplicação posterior à vida quotidiana do cristão e da
Igreja. Esta teologia está, em parte, englobada pela teologia sistemática. Mas,
apesar disso, muitas vezes ela também está associada à teologia prática.
Os cristãos acreditam que o Evangelho e as verdades e doutrinas reveladas, estudadas
pela teologia dogmática, estão essencialmente ligadas a uma ética e conduta
moral, algo que eles têm que cumprir e obedecer para serem salvos.
TEOLOGIA DOGMÁTICA.
teologia dogmática é a parte da
teologia cristã que trata, sistematicamente, do conjunto das verdades reveladas
por Deus, isto é, do dogma e das verdades fundamentais com ele vinculadas, às
quais se deve em primeiro lugar o assentimento da fé. Esta teologia está, em
parte, englobada pela teologia sistemática
TEOLOGIA
SISTEMÁTICA.
A teologia sistemática, que engloba ramos como a teologia doutrinal, a teologia
dogmática e a teologia filosófica, é o ramo da teologia cristã que reúne as
informações extraídas da pesquisa teológica, organiza-as em áreas afins,
explica as aparentes contradições e, com isso, fornece um grande sistema
explicativo (diferentemente da teologia histórica ou da teologia bíblica).
A teologia sistemática está também associada por vezes à apologética cristã,
que serve para, no confronto teológico entre diferentes religiões e heresias,
defender a doutrina da confissão cristã em causa.
HISTÓRIA.
A tentativa de organizar as
variadas ideias da religião cristã (e os vários tópicos e temas de diversos
textos da Bíblia) em um sistema simples, coerente e bem-ordenado é uma tarefa
relativamente recente. Na ortodoxia oriental, um exemplo antigo é a Exposição
da Fé Ortodoxa, de João de Damasco (feita no século VIII), na qual se tenta
organizar, e demonstrar a coerência, a teologia de textos clássicos da tradição
teológica oriental.
No Ocidente, as Sentenças de Pedro Lombardo (no século XII), em que é coletada
uma grande série de citações dos Pais da Igreja, tornou-se a base para a
tradição de comentário temático e explanação da escolástica medieval -- cujo
grande exemplo é a Suma Teológica de Tomás de Aquino. A tradição protestante de
exposição temática e ordenada de toda a teologia cristã (ortodoxia protestante)
surgiu no século XVI, com os Loci Communes de Filipe Melanchton e as Institutas
da Religião Cristã de João Calvino.
No século XIX, especialmente em círculos protestantes, um novo modelo de
teologia sistemática surgiu: uma tentativa de demonstrar que a doutrina cristã
formava um sistema coerente baseado em alguns axiomas centrais. Alguns teólogos
se envolveram, então, numa drástica reinterpretação da fé tradicional com o fim
de torná-la coerente com estes axiomas. Friedrich Schleiermacher, por exemplo,
produziu Der christliche Glaube nach den Grundsatzen der evangelischen Kirche,
na década de 1820, onde a ideia central é a presença universal em meio à
humanidade (algumas vezes mais oculta, outras, mais explícita) de um sentimento
ou consciência de "absoluta dependência"; todos os temas teológicos
são reinterpretados como descrições ou expressões de modificações deste
sentimento.
TEOLOGIA EXEGÉTICA
Quando nos dispomos
pregar a palavra de Deus é necessário que se busque a
correta interpretação da Bíblia, para isso o pregador deve recorrer
a duas importantes ciências da teologia que nos ajuda a entender e interpretar
melhor o que o texto nos quer transmitir. Estas ciências são a HERMENÊUTICA e a
EXEGESE.
HERMENÊUTICA- É uma palavra grega
que significa interpretar, traduzir explicar. Ao se ler um texto bíblico, cada
pessoa pode ter um ponto de vista diferente. Pois o ponto de vista depende das
necessidades, carências e experiências vividas por cada um. Daí a necessidade
de entendermos o texto por si mesmo, independente de nossas experiências
pessoais, procurando manter a fidelidade do texto.
EXEGESE- Essa palavra é
uma transliteração do grego e significa narração, exposição. É formada por duas
palavras gregas: A primeira, significa "fora de" e a segunda
"conduzir, guiar", aplicando-se ao texto bíblico significa "
tirar para fora a mensagem do texto".
A bíblia é composta
de diversos tipos de literaturas e estilos, por isso é necessário interpretar
corretamente cada uma delas, A preocupação de um autor de um livro poético é
diferente da de um autor de um livro histórico, neste há inclusão de detalhes
que são dispensáveis naquele, como datas, governantes, posição
geográfica, a fim de levar uma compreensão exata do que o autor quis
dizer. Vejamos alguns princípios que regem a exegese e a hermenêutica:
1-PRICÍPIOS DA EXEGESE
a) Defina bem o
texto - Evite pregar em textos muito pequenos para não deixar coisas
importantes no contexto, ou em textos muito extensos, pois nesse caso a
exposição pode ficar superficial, devemos buscar a definição da
"perícope" (bloco central de raciocínio de em determinado texto).
b) Compare
diversas traduções - Leia o texto em outras traduções, pois os
tradutores podem dar sinônimos de palavras e isso facilita seu entendimento.
c) Analise o
contexto do texto - Estude o parágrafo anterior e o posterior
(contexto imediato). Descubra de onde o personagem está vindo e para onde está
indo, o que aconteceu antes e depois do episódio que você está estudando.
Analise a ideia ou contexto do livro que está sendo estudado (contexto remoto).
d) Analise a
gramática do texto - Anote o significado das palavras que você não
conhece, marque os verbos e faça ligações entre eles, separe as perguntas e as
respostas que tiver no texto, marque palavras repetidas, comparações, etc.
e) Defina o
tipo de literatura - Seu texto está nos livros histórico ou profético?
Está nos evangélicos ou nas cartas? Essa definição é muito importante para
compreender o texto.
f) Pesquise
o contexto histórico-geográfico - Use um dicionário bíblico e entenda
quem era o personagem principal do texto, quem era sua família, sua profissão,
para onde estava indo de onde estava vindo. Quem era o governador ou Rei, etc.
Anote todas as informações que o texto traz a fim de conhecer melhor o que
estava acontecendo. Consulte sempre um mapa bíblico.
g) Identifique
o tema principal - Qual é a idéia principal do texto? O que o texto
está ensinando? Qual é o pensamento dominante? Tem outras idéias secundárias?
Normalmente o tema principal do texto indicará o tema do sermão.
h) Pesquise em
comentários Bíblicos- Não dispense os comentários Bíblicos, pois é o
fruto do trabalho árduo de pessoas que já estudaram o texto e anotaram as suas
conclusões. Porém só consulte um comentário após ter passados por todos os
princípios anteriores.
A
TEOLOGIA LUTERANA
Prof.
Dr. Joaquim José de Moraes Neto
Resumo
A Teologia de Lutero
estabelecerá a partir do século XVI um novo paradigma teológico . Tratase da
dimensão da cruz como ponto central , tanto da espiritualidade quanto da
reflexão teológica. Na verdade Lutero trará para o interior da reflexão teológica
da época a dimensão de um fundamento que se fixa não mais na totalidade da
salvação, mas sim na alteridade. A cruz de Jesus Cristo quebra os paradigmas
judaizantes, trazendo consigo a dimensão de um novo mundo: o mundo do Outro.
Palavras chave:
Lutero, teologia, cruz, paradigma.
Pouco
depois de 1300 havia iniciado a queda da maioria das instituições e dos ideais
do período feudal. O espírito da cavalaria, o regime feudal, o Santo Império Romano,
a autoridade universal do papado e o sistema corporativo do comércio e da insipiente
indústria iam aos poucos enfraquecendo. A decadência institucional deste período
levaria o antigo sistema ao desaparecimento.
Esgotava-se
o período das catedrais góticas e a filosofia escolástica iniciava seu período
de descrédito no mundo da cultura. Em lugar de tudo isto surgiam novas
instituições com um modo de pensar
que
será responsável para imprimir, aos séculos que adviriam, uma grande mudança paradigmática
em relação à anterior. Neste final de idade Média onde se respirava as condições
críticas de uma cultura em declínio e uma outra que surgia é que surge a Reforma.
Os homens não mais concebiam o universo como um sistema finito de esferas
concêntricas a girar em torno da terra e existindo para a glória e salvação do homem.
Já no século XV a teoria heliocêntrica sugeria um cosmos de extensão infinitamente
maior, em que a Terra não era senão um pequeno mundo no sistema planetário.
Admitir-se-ia,
por outro lado, que a autoridade do governante não estava submetida a qualquer
limitação, e alguns chegavam a dizer que o príncipe, no exercício.
de
suas funções não devia obediência aos canônes da moralidade. Tudo quanto fosse necessário
para manter seu poder ou o poder do estado que governava, justificava-se por si
mesmo.
Ficava
evidenciado que esta cultura era tanto um eco do passado quanto um prenúncio do
futuro. Grande parte da sua literatura, arte e filosofia bem como sua cultura
popular tinham raízes na cultura grega ou nos lendários séculos da Idade Média.
Todo este movimento cultural foi o terreno em que se desenvolveu a Reforma.
A
teologia medieval, basicamente centrada no ideal escolástico, via-se questionada
pela nova ordem que se instalava na sociedade. Um novo paradigma estava sendo
delineado no seio da cultura. Neste contexto é que surge a teologia de Lutero.
Esta
nova teologia não mais meditará sobre o ser de Deus. Teologia é revelação. Mas esta
revelação é revelação indireta. Esta teologia reconhece Deus não a partir de
obras, mas através da cruz. Teologia da Cruz é aquela que não se reconhece na
"glória", mas nos "sofrimentos". Este conhecimento de Deus
através do "sofrimento" é assunto da Fé.
No
Debate de Heidelberg Lutero define o teólogo da seguinte maneira:
19.
Não se pode designar condignamente de teólogo quem enxerga as coisas invisíveis
de Deus compreendendo-as por intermédio daquelas que estão feitas;
20.
mas sim quem compreende as coisas visíveis e posteriores de
Deus
enxergando-as pelos sofrimentos e pela cruz.
21.
O teólogo da glória afirma ser bom o que é mau, e mau o que é
bom;
o teólogo da cruz diz as coisas como elas são.
22.
A sabedoria que enxerga as coisas invisíveis de Deus,
compreendendo-as
a partir das obras, se envaidece, fica cega e
endurecida
por completo.
TEOLOGIA ARMINIANA
O arminianismo é
uma escola de pensamento soterológica,
baseada sobre ideias do holandes Jacobus
Arminius (1560 - 1609)1 e
seus seguidores históricos, os remonstrantes.
A aceitação doutrinária se estende por boa parte do cristianismo desde os
primeiros argumentos entre Atanásio e Orígenes,
até a defesa de Agostinho de Hipona do "pecado original."
O
arminianismo holandês foi originalmente articulado na Remonstrância (1610),
uma declaração teológica assinada por 45 ministros e apresentado ao estado
holandês. O Sínodo de Dort (1618–19) foi chamado pelos
estados gerais para mudar a Remonstrância. Os cinco pontos da Remonstrância
afirmam que:
1. a eleição
(e condenação no dia do jugamento) foi condicionada pela fé racional ou não-fé
do homem;
2. a
expiação, embora qualitativamente suficiente à todos os homens, só é eficaz ao
homem de fé;
3. sem o
auxílio do Espírito Santo, nenhuma pessoa é capaz de responder à vontade de
Deus;
4. a graça
não é irresistível; e
5. os
crentes são capazes de resistir ao pecado, mas não estão fora da possibilidade
de cair da graça.
O ponto
crucial do arminianismo remonstrante reside na afirmação de que a dignidade
humana requer a liberdade perfeita do arbítrio.2
Desde
o século XVI, muitos cristãos incluindo os batistas (Ver A
History of the Baptists terceira edição por Robert G. Torbet) tem sido
influenciados pela visão arminiana. Também os metodistas,
os congregacionalistas das primeiras colônias
da Nova Inglaterra nos séculos XVII e XVIII, e os universalistas e unitários nos
séculos XVIII e XIX.
O termo
arminianismo é usado para definir aqueles que afirmam as crenças originadas por
Jacobus Arminius, porém o termo também pode ser entendido de forma mais ampla
para um agrupamento maior de ideias, incluindo as de Hugo Grotius, John Wesley e
outros. Há duas perspectivas principais sobre como o sistema pode ser aplicado
corretamente: arminianismo clássico, que vê em Arminius o seu
representante; e arminianismo wesleyano, que vê em John Wesley o
seu representante. O arminianismo wesleyano é por vezes sinônimo de metodismo.
Além disso, o arminianismo é muitas vezes mal interpretado por alguns dos seus
críticos que o incluem no semipelagianismo ou
no pelagianismo,
ainda que os defensores de ambas as perspectivas principais neguem
veementemente essas alegações.3
Dentro do
vasto campo da história da teologia cristã, o
arminianismo está intimamente relacionado com o calvinismo (ou
teologia reformada), sendo que os dois sistemas compartilham a mesma história e
muitas doutrinas. No entanto, eles são frequentemente vistos como rivais dentro
do evangelicalismo por causa de suas divergências sobre os detalhes das
doutrina da predestinação e da salvação.4
TEOLOGIA DA PROSPERIDADE
Teologia
da prosperidade (também conhecida como Evangelho da
prosperidade) é uma doutrina religiosa cristã que
defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos
e que a fé,
o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre
aumentar a riqueza material do fiel. Baseada em interpretações não-tradicionais
da Bíblia,
geralmente com ênfase no Livro de Malaquias, a doutrina interpreta a
Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em
Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer
tais promessas como verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá
honrar.
Seus
defensores ensinam que a doutrina é um aspecto do caminho à dominação cristã da
sociedade, argumentando que a promessa divina de dominação sobre as Tribos de
Israel se aplica aos cristãos de hoje. A doutrina enfatiza a
importância do empoderamentopessoal, propondo que é da vontade
de Deus ver seu povo feliz. A expiação (reconciliação
com Deus) é interpretada de forma a incluir o alívio das doenças e da pobreza,
que são vistas como maldições a serem quebradas pela fé. Acredita-se atingir
isso através da visualização e da confissão positiva, o que é geralmente
professado em termos contratuais e mecânicos.
Foi
durante os avivamentos de cura (healing
revivals) dos anos 1950 que a teologia da prosperidade ganhou
proeminência nos Estados Unidos, apesar de especialistas terem ligado suas
origens ao Movimento Novo Pensamento. Os ensinamentos
da teologia da prosperidade mais tarde ganharam proeminência no Movimento Palavra de Fé e no televangelismo dos
anos 1980. Nos anos 1990 e 2000, foi adotada por líderes influentes do Movimento Carismático e promovida
por missionários cristãos em todo o mundo,
levando à construção de megaigrejas. Líderes proeminentes no desenvolvimento da
teologia da prosperidade incluem E. W. Kenyon, Oral Roberts, T. L. Osborn e Kenneth Hagin.
As
igrejas nas quais o evangelho da prosperidade é ensinado são geralmente
não-denominacionais e usualmente dirigidas por um único pastor ou líder, apesar
de que algumas desenvolveram redes que se assemelham a denominações. Algumas igrejas dedicam um longo
tempo aos ensinamentos sobre o dízimo,
o discurso positivo e a fé. Igrejas da prosperidade geralmente ensinam sobre
responsabilidade financeira, apesar de que alguns jornalistas e acadêmicos têm
criticado seus conselhos nessa área como enganosos. A teologia da prosperidade
tem sido criticada por líderes dos movimentos pentecostal e
carismático, assim como de outras denominações cristãs. Eles argumentam que ela
é irresponsável, promove a idolatria e é contrária às escrituras. Alguns críticos
argumentam que a teologia da prosperidade cultua organizações autoritárias,
onde os líderes controlam as vidas dos membros. A doutrina tem seu sucesso
atribuído, na Coreia do Sul, às semelhanças com a cultura
xamanista tradicional. No Ocidente, a teologia da prosperidade tem
atraído seguidores das classes média e baixa e tem seu sucesso ligado às
semelhanças com o fenômeno do culto à carga,
à religiosidade tradicional africana e
à teologia da libertação das igrejas
afro-americanas.
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO
Teologia da Libertação é uma corrente teológica
cristã nascida na América Latina, depois do Concílio Vaticano II e da Conferênciade
Medellín (Colômbia, 1968), que parte de considerar que o Evangelho exige
a opção preferencial pelos pobres1 e
de especificar que a teologia, para concretar essa opção, deve usar também as
ciências humanas e sociais.2
É considerada como um movimento
supra-denominacional, apartidário e inclusivista de teologia política, que engloba várias correntes
de pensamento3 que
interpretam os ensinamentos de Jesus Cristo em termos de uma libertação de
injustas condições econômicas, políticas ou sociais. Ela foi descrita, pelos
seus proponentes como reinterpretação analítica e antropológica da fé cristã,
em vista dos problemas sociais,4 mas,
seus oponentes a descrevem como marxismo, relativismo ematerialismo cristianizado.5
A teologia da libertação está
diretamente relacionada ao movimento ecumênico, que busca o retorno à união e
comunhão de todas as religiões cristãs. Embora a mesma tenha se iniciado como
um movimento dentro da Igreja Católica, na América Latina nos anos 1950-1960, o termo foi cunhado
pelo padre peruano Gustavo Gutiérrez em 1971, sendo que mais
de 40 anos depois se reconciliou com o Vaticano6 .
Escreveu um dos livros mais famosos do movimento, A Teologia da
Libertação. Outros expoentes são Leonardo Boff do Brasil, Jon Sobrino de El Salvador,
e Juan Luis Segundo do Uruguai.7 8 9 A
teologia da libertação desde os anos 90 sofreu
um forte declínio, principalmente devido ao envelhecimento de suas lideranças,
e a falta de participação das recentes gerações nesse movimento.10
A influência da teologia da
libertação diminuiu após seus formuladores serem condenados pela Congregação para a Doutrina da Fé (CDF)
em 1984 e 1986. A Santa Sé condenou
os principais fundamentos da teologia da libertação, como a ênfase exclusiva no
pecado institucionalizado, coletivo ou sistêmico, excluindo os pecados
individuais, a eliminação da transcendência religiosa, a desvalorização
do magistério, e o incentivo à luta de
classes.11 12
Em seu recente discurso aos
dirigentes do CELAM, durante a Jornada Mundial da Juventude no Rio
de Janeiro, o Papa Francisco alertou para o risco da
ideologização da mensagem evangélica quando a teologia toma como base as
ciências sociais.
Prof. Euler Lopes