terça-feira, 1 de setembro de 2015

Introdução a Hermenêutica Bíblica





Capítulo 1

INTRODUÇÃO A HERMENÊUTICA


INTERPRETAÇÃO HERÉTICA.

           Vemo-nos no decorrer da história da Igreja, que vários homens, por se descuidarem de uma reta e precisa interpretação bíblica, cometeram equívocos em suas assertivas. Lembremo-nos de Wiliam Miller que lendo o livro de Daniel fez uma interpretação errada. Segundo ele, baseando-se em Dn 8.14 e fazendo uma serie de cálculos, profetizou a volta de Jesus para 22 de outubro de 1844. Wiliam Miller foi engodado por sua hermenêutica levando assim o surgimento de uma seita chamada de “Adventismo de Sétimo Dia”.  E outros, que segundo o doutor Shedd em uma palestra de hermenêutica disse que existia um homem, que lendo a bíblia dizia que Deus, mandou ele abrir uma Igreja. Por que, quando lia a bíblia lá estava a palavra de Deus dizendo: “meu filho abre um salão, abre um salão”, confundindo com o nome de Absalão!
Diante do exposto acima, observamos que, uma má interpretação pode causar um desastre na sociedade e na vida das pessoas. Por outro lado, muitas pessoas sinceras estudiosas nos ajudam com os seus comentários a lançar luz sobre passagens obscuras e de difícil interpretação. O próprio método da hermenêutica e exegese, nos dão subsídio para analisarmos um texto bíblico ou um livro, para extrair do mesmo a sua reta interpretação e as diretrizes de sua aplicação contextualizada. Por isso é de fundamental importância esse estudo, pois o conhecimento dessa ciência (hermenêutica) resultará uma boa interpretação para os seus objetivos.

CONHECIMENTO DE PORTUGUÊS.

Nós vivemos em um contexto de decadência, no que tange ao ensino da língua portuguesa. Escolas junto com os seus professores, não mais se preocupam se o aluno está se desenvolvendo ou não. E até mesmo, os métodos empregados pelos professores não são suficientes para uma aprendizagem eficaz e precisa. Diante disso, fica difícil para o aluno, quando o mesmo vai trabalhar com os métodos de interpretação nos gêneros literário que estão presentes em várias partes do texto bíblico. Uma análise de uma porção bíblica, nos remete a conhecer um pouco de nossa língua nata, para podermos ter uma compreensão do texto e entender o que ele está transmitindo para nós leitores.
Vemos que a matéria de hermenêutica, nos exige muito esforço e dedicação. Por isso, convido a vocês estudarem um pouco de gramática de nossa língua e assim se prepararem para a arte de interpretação. Não somente isso, mas é de relevante importância consultar o interprete por excelência, o Espírito Santo, pois Ele é o agente primário da revelação, inspiração e iluminação das Escrituras.

MATERIAIS DE AUXÍLIO
         
          Dicionário de português;
Gramática de língua portuguesa;
Comentários bíblicos;
Concordância bíblica;
Atlas bíblico;
Dicionários bíblicos;
Bíblias de Estudo.

HERMENÊUTICA
A hermenêutica é a ciência que “estabelece” os princípios, as leis e métodos de interpretação. Ela é dividida em duas, as quais são: geral e especial.
A “geral” trabalha com qualquer obra escrita.
A “específica” trabalha com primazia o livro Sagrado.

EXEGESE
Existe outra ciência que faz parceria com a hermenêutica, é a exegese. Esta, faz uma profunda análise dos textos da bíblia utilizando-se do grego e hebraico e do conhecimento lexicográfico para extrair com precisão a interpretação. Exegese é diferente de hermenêutica. Pode-se dizer que exegese está para hermenêutica assim como prática está para teoria. Hermenêutica é a teoria, a Exegese é a prática dessa teoria. As duas coadunam entre si, auxiliando o exegeta a adquirir com exatidão o significado, assim como foi para os primeiros leitores.

MÉTODOS DA HERMENÊUTICA
O que é um método?
É o processo organizado de instrução, investigação para se obter um resultado. Neste estudo vamo-nos se utilizar de quatro métodos para um aprofundamento do conhecimento Escriturístico.
1.  Método Analítico.
O método analítico investiga sobre o ponto de vista de:
a) Observação;
b) Interpretação;
c) Correlação;
d) Aplicação ou Contextualização.
2. Método Sintético.
Este método se ocupa não nos pormenores, mas em cada livro como um todo. Ele aborda os assuntos centrais, extraindo assim as palavras que mais são ressaltadas no mesmo e determinado as suas características. Ajudando assim o exegeta a ter uma visão periférica, geral de cada livro da bíblia.
Exemplo:
O livro de Mateus
Autor: Mateus
Data: cerca de 60 d.C. Local: tradicionalmente na Judeia.
Tema: Jesus o Messias e Rei.
Palavra-chave: Cumprir, O Reino dos Céus, Filho do Homem, filho de Deus, Igreja.
Versículo-Chave: Mt 23.37-39.
Estatística: 40º livro da bíblia; 28 capítulos; 1071 versículos; 177 perguntas; 25 profecias A.T; 47 novas profecias; 815 versículos de história; 256 versículos de profecias e duas mensagens distintas de Deus (3.17; 17.5).
Carta aos Hebreus
 Autor: Desconhecido
Data: Cerca de 67-69 d.C.
Destinatários: Aos crentes Judeus em Roma
 Tema: Um melhor Concerto.
Palavra-chave: Melhor.
Versículo-Chave: 4.14.
A palavra fé é encontrada na bíblia 247 vezes. Na epístola aos hebreus é citada 30 vezes.


1. Hebreus 4:2 
2. Hebreus 6:1
 
3. Hebreus 6:12
 
4. Hebreus 10:22
 
5. Hebreus 10:38
 
6. Hebreus 11:1
 
7. Hebreus 11:3
 
8. Hebreus 11:4
 
9. Hebreus 11:5
 
10. Hebreus 11:6
 
11. Hebreus 11:7
 
12. Hebreus 11:8
 
13. Hebreus 11:9
 
14. Hebreus 11:11
 
15. Hebreus 11:13
 
16. Hebreus 11:17
 
17. Hebreus 11:20
 
18. Hebreus 11:21
 
19. Hebreus 11:22
 
20. Hebreus 11:23
 
21.Hebreus 11:24
 
22. Hebreus 11:27
 
23. Hebreus 11:28
 
24. Hebreus 11:29
 
25. Hebreus 11:30
 
26. Hebreus 11:31
 
27. Hebreus 11:33
 
28. Hebreus 11:39
 
29. Hebreus 12:2
 
30. Hebreus 13:7
 


3. Método Temático.
É o método utilizado para se estudar um livro com um assunto. É a investigação sobre um tema escolhido, em toda a Bíblia ou numa porção dela. Irmã da hermenêutica temática, não está ligada diretamente ao texto, mas ao assunto do texto. Na epístola aos romanos, Paulo apresenta certo número de temas diferentes, e os une, tecendo com eles a mensagem que quer transmitir. Utilizando esse método o exegeta deve fazer perguntas para o texto. Suas perguntas devem ser fundamentadas no que Rudyard Kipling chamou "homens honestos em serviço", em The elephanú child [O elefantinhó\'}
Mantenho seis homens honestos em serviço eles me ensinam tudo que sei. Seus nomes são:                            O que, Por que, Quando, Como, Onde e Quem. Use os homens em serviço de Kipling quando elaborar as per­guntas que você quer fazer em seu estudo temático.
Etapas do estudo temático a ser observado.
• Etapa um
Escolha um tema
• Etapa dois
Faça uma relação de todos os versículos que pretende estudar
• Etapa três
Selecione as perguntas a serem feitas
• Etapa quatro
Formule perguntas para cada referência bíblica
• Etapa cinco
Tire conclusões do estudo
• Etapa seis
Escreva uma aplicação pessoal

FORMULÁRIO PARA ESTUDO TEMÁTICO

1. Tema: Definição de discípulo segundo Jesus
2. Lista de referências bíblicas:
Mateus 10.24,25 Lucas 14.26-28 Lucas 14.33 João 8.31,32 João 13.34,35 João 15.8
3. Perguntas a serem feitas:
A. Quais são as características de um discípulo?
B. Qua is são as consequências de ser discípulo?
C.
D.
E.
4* Respostas às perguntas:
Referência bíblica: Mateus 10.24,25
A. Um discípulo será como Cristo (seu Mestre).
B. Ele deve esperar ser tratado como Cristo foi, pelo mundo.
C.
D.
E.

           4. Método Biográfico

O método biográfico procura descobrir o segredo do sucesso ou do fracasso espiritual da vida de alguma personagem bíblica. No estudo biográfico você busca conhecer a vida íntima da persona­gem em estudo. Peça a Deus que o ajude a pensar e a sentir junta­mente com ele, de forma que seu estudo seja uma experiência transformadora de vida. Neste método de estudo, você escolhe uma personagem bíblica e pesquisa sobre sua vida e seu caráter nas Escrituras.
O estudo torna-se aplicativo quando você analisa a sua vida à luz do que pesquisou e pede a Deus que o ajude a substituir suas fraquezas por um caráter positivo. Isso resultará em crescimento e maturidade na vida cristã.

Regras Para Método Biográfico

1 – Escolha o personagem que você quer estudar e estabeleça os limites do estudo, por exemplo:                    “A vida de Davi, antes de tornar-se rei”.

2 – Localize todas as referências que relatam o personagem e resuma em uma sentença cada uma delas.

3 - Descubra e anote: Quem era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que fez e o que fez? Qual o seu caráter? Qual sua importância na história? Onde nasceu? Quem foram seus pais? Qual sua vocação? Era casado? Com quem? Teve filhos? Como eram? Como o personagem morreu?

4 – Escreva um breve esboço da vida do personagem. Inclua os acontecimentos e características importantes, declarando os fatos, sem interpretação. Se possível mantenha o material em ordem cronológica.

5 – Registre a virtude e as fraquezas do personagem.

6 – Escolha o versículo-chave para a vida do personagem.

7 – Resuma a vida do personagem em uma sentença (pode ser positiva ou negativa).

Algumas dicas para um bom estudo biográfico

A fim de que o estudo biográfico seja significativo, você precisa ter em mente certas dicas.
1. Inicie seu estudo com uma personagem sobre quem você pode fazer um estudo simples, com poucas referências bíblicas. Alguns personagens bíblicos podem ser estudados em algumas horas; ou­tros levam semanas e ainda há aqueles, tão importantes, que cus­tam uma vida inteira de estudo. Não comece um estudo de alguém como Jesus, Moisés ou Abraão. Comece com uma pessoa menos importante, mas de certo destaque, como André, Barnabé ou Maria de Betânia.
2. O segredo de um bom estudo biográfico é conviver com aquele personagem durante o estudo. Ponha-se no seu lugar. Ten­te entrar em sua mente e pense, sinta e reaja às circunstâncias como ele. Procure ver as coisas sob seu ponto de vista, olhando com seus olhos, ouvindo com seus ouvidos, entrosando-se com seus amigos e lutando contra seus inimigos. Torne-se essa pessoa enquanto a estuda. Isso só será possível se você passar muito tem­po com ela, lendo e relendo todas as referências bíblicas a seu respeito.
3. Cuidado para não se confundir com pessoas de mesmo nome quando procurar as referências bíblicas. Certifique-se de que o versículo trata da mesma pessoa que você escolheu estudar. Não confunda João Batista com o apóstolo João ou João Marcos. São homens diferentes. O contexto dos versículos geralmente lhe dirá quem é quem. Por exemplo, a Bíblia nos mostra que os seguintes nomes eram populares e se referiam a pessoas diferentes.
• Zacarias — 30 homens diferentes.
• Natã — 20 homens.
• Jonatas — 15 homens.
• Judas — 8 homens.
• Maria — 7 mulheres.
• Tiago — 5 homens.
• João — 5 homens.
4. Tenha o cuidado em achar os diversos nomes que podem se aplicar a uma só pessoa. Considerando que a Bíblia saiu de um contexto hebraico-aramaico-grego, alguns nomes de pessoas mudavam nos idiomas diferentes, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Por exemplo, o apóstolo Pedro é conhecido por Pedro, Simão, Simeão e Cefas. Os três amigos de Daniel, Hananias, Misael e Azarias são mais bem conhecidos por Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Às vezes, ocorre mudança de nome por causa de mudança de caráter, que foi o que aconteceu com Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. Assim, seja cuidadoso e encontre todos os nomes atribuídos à mesma pessoa no estudo da Bíblia.
5- Mantenha-se longe de livros escritos sobre personagens bíblicos, até que você tenha esgotado todas as referências bíblicas sobre a pessoa e tenha extraído toda compreensão possível dos textos. Não deixe que um comentarista bíblico lhe roube o trabalho da descoberta pessoal, ou prejudique sua opinião sobre certo personagem. Faça seu trabalho primeiro; depois, confira outras fontes.
Etapas simples para fazer um estudo biográfico
O formulário para estudo biográfico contém dez seções, que representam as dez etapas para fazer este estudo.
Primeira etapa — Escolha a personagem bíblica que quer estudar
Escolha alguém que tenha um ponto fraco como você ou um ponto forte que você gostaria de aperfeiçoar. Selecione uma per­sonagem cuja vida lhe mostre revelações valiosas sobre como você poderia se ajustar mais ao padrão de vida de Deus e se tornar mais semelhante a Jesus Cristo.
Segunda etapa — Faça uma lista de todas as referências bíblicas sobre a personagem
Usando as ferramentas de consulta, encontre todas as referênci­as bíblicas que puder sobre esta personagem, bem como fatos relacionados à sua vida, tais como o seu nascimento, os principais acontecimentos na vida, as realizações, o que os outros diziam a seu respeito e sua morte. Você não obterá todas as "estatísticas fundamentais" necessárias sobre cada personagem que estudar, mas descobrirá tanto quanto possível.
Procure também referências bíblicas que abordem o contexto histórico da vida da personagem. Se o estudo for sobre Daniel, será necessário estudar o contexto histórico dos seus dias. Se for sobre o apóstolo Paulo, terá que estudar suas viagens missionárias.
Terceira etapa — Escreva as primeiras impressões (primeira leitura)
Leia todas as referências bíblicas que você relacionou e faça algu­mas anotações. Escreva a primeira impressão que tiver sobre esta personagem. Depois, escreva observações básicas e informações importantes que descobrir sobre ela. Finalmente, faça uma lista de quaisquer problemas, perguntas ou dificuldades que quiser sa­ber, à medida que for lendo as referências bíblicas.
Quarta etapa — Faça um esboço cronológico (segunda leitura)
Quando se tratar de personagem importante, leia novamente to­das as referências e faça um esboço cronológico da vida dessa pes­soa. Isto o ajudará a ter uma boa perspectiva de sua vida e você perceberá como acontecimentos diferentes se inter-relacionam. Mais tarde, quando estiver estudando os acontecimentos associa­dos à sua vida, saberá em que momento eles ocorreram. No caso das personagens de menor importância ou daquelas sobre quem poucos detalhes são fornecidos, leia as referências bíblicas e faça um esboço com base na informação que você tiver.
Procure ler todas as referências de uma só vez e numa tradução moderna. Isso o ajudará a sentir como sua vida fluía. Enquanto estiver lendo, procure identificar divisões naturais e importantes de sua vida. Depois procure e escreva os progressos e as mudanças de atitude ocorridos ao longo de sua caminhada. Por exemplo, uma divisão bem conhecida da vida de Moisés é:
• Quarenta anos na corte de Faraó — aprendendo a ser al­guém.
• Quarenta anos no deserto de Midiã — aprendendo a ser ninguém.
• Quarenta anos no deserto — aprendendo que Deus é Al­guém.
Essa é uma chave preciosa no estudo do caráter das pessoas. Veja como Deus lentamente moldou e mudou o caráter do perso­nagem estudado ou como Satanás o empurrou para baixo.
Quinta etapa — Procure conhecer o íntimo da personagem (terceira leitura)
Consulte novamente as referências bíblicas e procure possíveis res­postas às perguntas sugeridas no apêndice B. Ao responder algu­mas dessas perguntas, você terá revelações e saberá mais sobre o caráter da pessoa que estiver estudando.
Sexta etapa — Identifique qualidades de caráter (quarta leitura)
Após consultar as referências bíblicas, use a lista sugerida de caracte­rísticas positivas e negativas no apêndice C como forma de verifica­ção. Relacione cada uma das qualidades de caráter que encontrar, boas ou ruins, no formulário ou em uma folha de papel. Cite uma referência bíblica para cada característica observada.
Sétima etapa — Mostre como outras verdades bíblicas são ilustradas na vida da personagem
Examine a vida da personagem para ver como ela ilustra outras verdades bíblicas. Por exemplo, sua vida mostra o princípio da "colheita e semeadura"? Procure na vida dessa pessoa ilustrações de alguns dos provérbios como também certos princípios ensina­dos em Salmos. Por exemplo, pergunte: "A vida dessa pessoa ilus­tra a promessa: 'Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração'?" (SI 37.4). Encontre referências cruzadas que ilus­trem o que a Bíblia diz sobre algumas das características que você achou na vida desta personagem.
Oitava etapa — Resuma a lição principal
Em poucas frases, escreva o que você pensa ser a principal lição ensinada ou ilustrada pela vida desta personagem. Há alguma pa­lavra que traduza a sua vida ? Que característica se sobressai?
Nona etapa — Escreva uma aplicação pessoal
Sintetize o que você aprendeu em um esboço simples, de fácil memorização, possibilitando compartilhar suas conclusões com outros. Torne possível a sua comunicação. Pergunte-se: "O que a vida dessa pessoa pode significar para outros? O que posso com­partilhar sobre o que aprendi para ajudar outras pessoas?".
Divida a informação em sequências naturais de tempo e/ou fatos e lições aprendidas. Registre as informações encontradas de forma progressiva. Depois, pense num modo fácil de memorização para intitular cada seção. Mantenha os títulos condizentes com o conteúdo principal de cada uma delas, fazendo uso de rimas, aliterações e outros dispositivos de memorização. Use sua imagi­nação nesta etapa!

Conclusão
No procedimento das dez etapas apresentadas, sugere-se que você leia todas as referências bíblicas quatro vezes. Na realidade, esse é o número mínimo. Quanto mais vezes você revisar as passagens bíblicas referentes à pessoa que estiver estudando, mais vai obser­var. (Veja as seções de observação no cap. 10 deste livro.)
Como preencher o formulário para estudo biográfico
No final deste capítulo encontra-se o formulário para estudo bio­gráfico, que pode ser reproduzido ou usado como referência para suas anotações. O formulário apresenta as dez etapas já discutidas para fazer este estudo.
Preenchendo o formulário
Preencha os espaços em branco de cada uma das dez etapas, con­forme apresentadas na seção acima. Se precisar de mais espaço, use o verso do formulário ou folhas extras de papel.
O apêndice D fornece uma lista de homens da Bíblia de maior e menor importância, bem como das mulheres que se destacaram. Escolha aqueles que mais lhe interessar. Se estiver começando este método de estudo, estude primeiramente as seguintes pessoas:
1. Maria de Betânia.
2. André.
3. Calebe.
4. Rute.
5. Daniel.
Leitura adicional
Muitos livros foram escritos sobre homens e mulheres da Bíblia. Os alistados a seguir são alguns dos melhores. Lembre-se, todavia, que esse livros não devem ser lidos antes de você fazer seu estudo; faça seu estudo em primeiro lugar, e depois confira se você desco­briu outras coisas sobre aquela personagem.

FORMULÁRIO PARA ESTUDO BIOGRÁFICO

1. Nome: Estevão
2. Referências bíblicas:
Atos 6.3 — 8.2 Atos 11.19 Atos 22.20
3. Primeiras Impressões e observações:
Estevão foi um mártir e poderoso pregador da igreja primitiva com tremendo testemunho, disposto a morrer por sua fé.
4. Esboço de vida:
A. Escolhido pela igreja primitiva como líder:
1. para ajudar a solucionar discordâncias (At 6.5);
2. com base no seu caráter santo (At 6.3,5,8).
B. Ele tinha um grande ministério:
1. servia mesas (At 6.2,5);
2. fazia milagres (At 6.8);
3. pregava e ensinava poderosamente (At 6.10).
C. Ele foi perseguido:
1. hostilizado por judeus de diversas partes (At 6.9);
2. falsamente acusado (At 6.11);
3. preso e levado perante o Sinédrio (At 6.12-14):
a) falsas testemunhas testificaram contra ele;
b) defendeu-se fazendo um retrospecto magistral sobre o Antigo Testamento (At 7.2-53);
c) testemunhou de Jesus (At 7.55,56);
d) foi linchado pela multidão enfurecida (At 7.57-60).
D. Teve um ministério depois da morte — a perseguição fez com que a igreja se espalhasse (At 8.2-4; 11.19).
5. Qualidades de caráter Identificadas: No livro de Atos
• Cheio do Espírito (6.3,5,10)
• Sábio (6.3,10)
• Fiel (6.5)
• Disponível para Deus (6.8)
• Perseverante (6.10)
• Santo (6.15)
• Instruído (7.1-60)
• Ousado (7.51-53) . Valente (7.51-53)
• Perdoador (7.60)
• Respeitado por outros (8.2)
• Testemunha de Jesus (22.20)
7. Verdades bíblicas Ilustradas em sua vida:
A presença e o consolo do Espírito Santo nas provações da vida (At 7.54,55; Hb 13.5,6).
• Falsas acusações e perseguição ocorrerão em nossa vida (At 6.1 lss).
• A graça de Deus nos basta quando andamos com ele (At 6.10; iCo 1.27-31; 2Co 12.9).
6. Aplicação pessoal:
Preciso ser como Estevão — pessoa da Palavra, que conhece a Jesus Cristo intimamente e que, quando questionado, está sem­pre pronto para responder aos outros com base na Palavra. Como conseqüência deste estudo, me comprometo a reservar pelo me­nos quinze minutos para meditação, a fim de conhecer melhor a
Jesus. Também me comprometo a memorizar dois versículos da Escritura, semanalmente, de forma que eu possa responder aos que me questionam.
10. Conceitos comunicáveis (modos de compartilhar com os outros o que aprendi):
Os conceitos neste estudo que são comunicáveis.
A. A necessidade de uma caminhada pessoal com Jesus Cristo. O único modo pelo qual podemos nos tornar homens e mulhe­res de fé e de sabedoria como Estevão é reservando tempo para meditação diária e comunhão com o Senhor. A cami­nhada de Estevão com Jesus Cristo era dinâmica.
B. A necessidade de viver a palavra de Deus regularmente — estudo bíblico e memorização da Escritura. Se quiser conhe­cer a Bíblia como Estevão, preciso investir em tempo nessa atividade para poder ensinar aos outros a fazer o mesmo. Este livro é um meio de me ajudar a fazer isso. Preciso comparti­lhar estes métodos com outras pessoas.
C. Necessidade de intrepidez em tempos de adversidade e perse­guição. Preciso orar para que Deus me dê ousadia para com os outros.
11, Alguém a quem quero compartilhar este estudo:

FORMULÁRIO PARA ESTUDO BIOGRÁFICO
1, Nome:
2. Referências bíblicas:
3. Primeiras impressões é observações:
4. Esboço de sua vida:
5. Revelações (respostas a perguntas):
6. Qualidades de caráter identificadas:
7, Verdades bíblicas Ilustradas em sua vida:
8. Resumo das lições aprendidas por sua vida:
9. Aplicação pessoal:
10. Conceitos comunicáveis (modos de compartilhar com os outros o que aprendi):
11. Alguém a quem quero compartilhar este estudo:


Conclusão
Os métodos que foram abordados aqui, são a maneira mais correta de ter conhecimento no que tange a interpretação. Estes (métodos) é a primeira parte de nosso estudo, que embora a princípio nos parece difícil, entretanto nos auxilia para uma compreensão mais precisa das Sagradas Escrituras.



Prof: Euler Lopes



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Quais os critérios para a Canonização Bíblica






O processo de Canonização Bíblica

        Nunca deixaram de existir falsos livros e falsas mensagens. Por representarem ameaça constante, fez-se necessário que o povo de Deus revisse cuidadosamente sua coleção de livros sagrados. Até mesmo os livros aceitos por outros crentes, ou em tempos anteriores, foram posteriormente questionados pela igreja. São discerníveis cinco critérios básicos, presentes no processo como um todo:
1) O livro é autorizado —afirma vir da parte de Deus?
 2) É profético — foi escrito por um servo de Deus?
3) É digno de confiança — fala a verdade acerca de Deus, do homem etc.?
4) É dinâmico — possui o poder de Deus que transforma vidas?
5) É aceito pelo povo de Deus para o qual foi originariamente escrito — é reconhecido como proveniente de Deus?

A autoridade de um livro.


         Como demonstramos antes, cada livro da Bíblia traz uma reivindicação de autoridade divina. Com frequência a expressão categórica "assim diz o Senhor" está presente. Às vezes o tom e as exortações revelam sua origem divina. Sempre existe uma declaração divina. Nos escritos mais didáticos (os de ensino), existe uma declaração divina a respeito do que os crentes devem fazer. Nos livros históricos, as exortações ficam mais implícitas, e as declarações autorizadas são mais a respeito do que Deus tem feito na história de seu povo (que é "a história narrada por Deus"). Se faltasse a um livro a autoridade de Deus, esse era considerado não-canônico, não sendo incluído no cânon sagrado.
Vamos ilustrar esse princípio de autoridade no que se relaciona ao cânon.
           Os livros dos profetas eram facilmente reconhecidos como canónicos por esse princípio de autoridade. A expressão repetida "e o Senhor me disse" ou "a palavra do Senhor veio a mim" é evidência abundante de sua autoridade divina. Alguns livros não tinham nenhuma reivindicação de origem divina, pelo que foram rejeitados e tidos como não-canônicos. Talvez tenha sido o caso do livro dos justos e do livro das guerras do Senhor. Outros livros foram questionados e desafiados quanto à sua autoridade divina, mas por fim foram aceitos no cânon.
          É o caso de Ester. Não antes de se tornar perfeitamente patente que a proteção Deus e, portanto, as declarações do Senhor a respeito de seu povo estavam inquestionavelmente presentes em Ester, recebeu este livro lugar permanente no cânon judaico. Na verdade, o simples fato de alguns livros canónicos serem questionados quanto à sua legitimidade é uma segurança de que os crentes usavam seu discernimento. Se os crentes não estivessem convencidos da autoridade divina de um livro, este era rejeitado.

A autoria profética de um livro.
Os livros proféticos só foram produzidos pela atuação do Espírito, que moveu alguns homens conhecidos como profetas (2Pe 1.20,21). A Palavra de Deus só foi entregue a seu povo mediante os profetas de Deus. Todos os autores bíblicos tinham um dom profético, ou uma função profética, ainda que tal pessoa não fosse profeta por ocupação (Hb 1.1).
Paulo exorta o povo de Deus em Gálatas, dizendo que suas cartas deveriam ser aceitas porque ele era apóstolo de Cristo. Suas cartas não foram produzidas por um homem comum, mas por um apóstolo; não "por homem algum, mas por Jesus Cristo, e por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos" (Gl 1.1). Suas cartas deviam ser acatadas porque eram apostólicas — saíram de um porta-voz de Deus, ou profeta de Deus. Todos os livros deveriam ser rejeitados caso não proviessem de profetas nomeados por Deus; essa era a advertência de Paulo. Os crentes não deviam aceitar livros de alguém que falsamente afirmasse ser apóstolo de Cristo (2Ts 2.2), conforme advertência de Paulo também em 2Coríntios 11.13 a respeito dos falsos profetas. As advertências de João sobre os falsos messias e para que os crentes provassem os espíritos enquadram-se nessa mesma categoria (IJo 2.18,19 e 4.1-3). Foi por causa desse princípio profético que a segunda carta de Pedro foi objetada por alguns da igreja primitiva. Enquanto os pais da igreja não ficaram convencidos de que essa carta não havia sido forjada, mas de fato viera da mão do apóstolo Pedro, como seu primeiro versículo o menciona, ela não recebeu lugar permanente no cânon cristão.

A confiabilidade de um livro.
Outro sinal característico da inspiração é ''ser um livro digno de confiança. Todo e qualquer livro que contenha erros factuais ou doutrinários (segundo o julgamento de revelações anteriores) não pode ter sido inspirado por Deus. Deus não pode mentir; a palavras do Senhor só podem ser verdadeiras e coerentes.
         À vista desse princípio, os crentes de Beréia aceitaram os ensinos de Paulo e pesquisaram as Escrituras, para verificar se o que o apóstolo estava ensinando estava de fato de acordo com a revelação de Deus no Antigo Testamento (At 17.11). O mero fato de um texto estar de acordo com uma revelação anterior não indica que tal texto é inspirado. Mas a contradição de uma revelação anterior sem dúvida seria indício de que o ensino não era inspirado.
          Grande parte dos apócrifos foi rejeitada por causa do princípio da confiabilidade. Suas anomalias históricas e heresias teológicas os rejeitaram; seria impossível aceitá-los como vindos de Deus, a despeito de sua aparência de autorizados. Não podiam vir de Deus e ao mesmo tempo apresentar erros.
            Alguns livros canônicos foram questionados com base nesse mesmo princípio. Poderia a carta de Tiago ser inspirada, se contradissesse o ensino de Paulo a respeito da justificação pela fé e nunca pelas obras? Até que a compatibilidade essencial entre os autores se comprovasse, a carta de Tiago foi questionada por alguns estudiosos. Outros questionaram Judas por causa de sua citação de livros não-confiáveis, pseudepigráficos (vv. 9,14). Desde que ficasse entendido que as citações feitas por Judas não podiam conferir nenhuma autoridade àqueles livros, assim como as citações feitas por Paulo, de poetas não-cristãos (v. tb. At 17.28 e Tt 1.12), não poderia conferir a esses nenhuma autoridade, nenhuma razão have¬ria para que a carta de Judas fosse rejeitada.

A natureza dinâmica de um livro.
O quarto teste de canonicidade, às vezes menos explícito do que alguns dos demais, era a capacidade do texto de transformar vidas "... a palavra de Deus é viva e eficaz..." (Hb 4.12). O resultado é que ela pode ser usada "para ensinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça" (2Tm 3.16,17).
O apóstolo Paulo revelou-nos que a habilidade dinâmica das Escrituras inspiradas estava implicada na aceitação das Escrituras como um todo, como mostra 2Timóteo 3.16,17. Disse Paulo a Timóteo: "... as sagradas letras [...] podem fazer-te sábio para a salvação..." (v. 15). Em outro texto, Pedro se refere ao poder de evangelização e de edificação cristã da Palavra (IPe 1.23; 2.2). Outros livros e mensagens foram rejeitados porque apresentavam falsas esperanças (lRs 22.6-8) ou faziam rugir alarmes falsos (2Ts2.2).Assim, não conduziam o crente ao crescimento na verdade de Jesus Cristo. Assim dissera o Senhor: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). O ensino falso jamais liberta; só a verdade possui poder emancipador.
Alguns livros da Bíblia, como Cântico dos Cânticos e Eclesiastes, foram questionados por alguns estudiosos os julgarem isentos desse poder dinâmico, capaz de edificar o crente. Desde que se convenceram de que o Cântico dos Cânticos não era sensual, mas profundamente espiritual, e que Eclesiastes não é um livro cético e pessimista, mas positivo e edificante (e.g., 12.9,10), pouca dúvida restou acerca de sua canonicidade.

A aceitação de um livro.
A marca final de um documento escrito autorizado é seu reconhecimento pelo povo de Deus ao qual, originariamente, se havia destinado. A Palavra de Deus, dada mediante seus profetas e contendo sua verdade, deve ser reconhecida pelo seu povo. Gerações posteriores de crentes procuraram constatar esse fato. É que, se determinado livro fosse recebido, coligido e usado como obra de Deus, pelas pessoas a quem originariamente se havia destinado, ficava comprovada a sua canonicidade. Sendo o sistema de comunicações e de transportes atrasado como era nos tempos antigos, às vezes a determinação da canonicidade de um livro da parte dos pais da igreja exigia muito tempo e esforço. É por essa razão que o reconhecimento definitivo, completo, por toda a igreja cristã, dos 66 livros do cânon das Escrituras Sagradas exigiu tantos anos.
Os livros de Moisés foram aceitos imediatamente pelo povo de Deus. Foram coligidos, citados, preservados e até mesmo impostos sobre as novas gerações.                  
As cartas de Paulo foram recebidas imediatamente pelas igrejas às quais haviam sido dirigidas (1Ts 2.13), e até pelos demais apóstolos (2Pe 3.16). Alguns escritos foram imediatamente rejeitados pelo povo de Deus, por não apresentarem autoridade divina (2Ts 2.2) Os falsos profetas (Mt 7.21-23) e os espíritos de mentira deveriam ser testados e rejeitados (IJo 4.1-3), como se vê em muitos exemplos dentro da própria Bíblia (cf. Jr 5.2; 14.14) Esse princípio de aceitação levou alguns a questionar durante algum tempo certos livros da Bíblia, como 2 e 3 João. São de natureza particular e de circulação restrita; é compreensível, pois, que houvesse alguma relutância em aceitá-los, até que essas pessoas em dúvida tivessem absoluta certeza de que tais livros haviam sido recebidos pelo povo de Deus do século 1 como cartas do apóstolo João.
É quase desnecessário dizer que nem todas as pessoas deram pronto reconhecimento às mensagens dos profetas de Deus. Deus assumia a defesa rigorosa de seus profetas, contra todos quantos os rejeitassem (e.g., IRs 22.1-38). E, quando o Senhor era desafiado, mostrava quem era seu povo. Quando a autoridade de Moisés foi desafiada por Coré e seus asseclas, a terra se abriu e os engoliu vivos (Nm 16). O papel do povo de Deus era decisivo no reconhecimento da Palavra de Deus. O próprio Deus havia determinado a autoridade que envolvia os livros do cânon que ele inspirara, mas o povo de Deus também havia sido chamado para essa tarefa: descobrir quais eram os livros dotados de autoridade, e quais eram falsos. Para auxiliar o povo de Deus nessa descoberta, havia cinco testes de canonicidade.




Profº Euler Lopes